Washington pede a Teerão que dê provas de "boa-fé"
Os Estados Unidos pediram hoje ao Irão, que se mostrou pronto para regressar às negociações sobre o seu programa nuclear em novembro, a dar provas de "boa-fé" nas próximas conversações.
© Reuters
Mundo Nuclear
"A porta não vai estar eternamente aberta, porque o Irão continuar a tomar medidas nucleares provocadoras. Esperamos que regresse a Viena [sede das negociações] em breve para negociar e dar mostras de boa-fé", referiu um porta-voz da diplomacia norte-americana.
O Departamento de Estado norte-americano também tem sido cauteloso, apontando para a União Europeia (UE), que coordena o acordo de 2015 que deveria impedir o Irão de ter acesso a armamento nuclear, os esforços atuais para reanimá-la.
"Como já dissemos várias vezes, estamos prontos para voltar a Viena e acreditamos que ainda é possível chegar rapidamente a um acordo e implementá-lo", afirmou o porta-voz da diplomacia americana, indicando que apenas "um pequeno número de questões" permanecia em aberto quando as negociações terminaram em junho.
Hoje, em Bruxelas, após um encontro em Bruxelas com o negociador europeu Enrique Mora, o vice-ministro iraniano encarregado do dossiê, Ali Bagheri, anunciou que o Irão está pronto para retomar as negociações sobre o seu programa nuclear em Viena já em novembro.
"Tive uma conversa séria e construtiva com Enrique Mora sobre os fundamentos de uma negociação bem-sucedida. Concordámos iniciar as negociações antes do final de novembro. A data exata será anunciada na próxima semana", indicou Bagheri através da rede social Twitter.
"Não há nada a anunciar no momento do nosso lado", disse uma fonte europeia após a reunião.
Os iranianos tinham pedido um encontro com Enrique Mora para "discutir questões que ficaram em suspenso" após conversas com o negociador europeu a 14 de outubro em Teerão.
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos têm insistido no recomeço das negociações iniciadas em Viena em abril para salvar o acordo nuclear de 2015 e que estão suspensas desde junho, quando foi eleito o novo Presidente da República Islâmica, o ultraconservador Ebrahim Raissi.
Washington avisou mesmo estar pronto para tomar "outras medidas", numa alusão à opção militar, se a diplomacia fracassar.
O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), assinado entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China -- mais a Alemanha), oferecia ao Irão o levantamento de parte das sanções internacionais em troca de uma redução drástica do seu programa nuclear colocado sob estrito controlo da ONU.
Mas após a retirada unilateral de Washington, em 2018, e do restabelecimento de sanções, Teerão começou gradualmente a desrespeitar a maioria dos seus compromissos.
As recentes negociações -- entre os signatários do JCPOA e nas quais os Estados Unidos participam indiretamente - visam salvar o pacto internacional através do regresso ao acordo dos Estados Unidos e do Irão ao cumprimento das suas obrigações no mesmo.
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