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Enviado da ONU ao Sudão esteve com líder das Forças Armadas e PM deposto

O enviado das Nações Unidas para o Sudão, o alemão Volker Perthes, encontrou-se hoje com o chefe das Forças Armadas sudanesas e com o primeiro-ministro deposto, que "não é livre de se deslocar", segundo o porta-voz da ONU.

Enviado da ONU ao Sudão esteve com líder das Forças Armadas e PM deposto
Notícias ao Minuto

19:27 - 27/10/21 por Lusa

Mundo Sudão

Volker Perthes "encontrou-se com o general Al-Burhan para discutir os recentes desenvolvimentos" no Sudão, afirmou o porta-voz da Organização das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, no seu 'briefing' diário, citado pela agência France-Presse.

Perthes "reafirmou" os desenvolvimentos exigido pela ONU, em particular "um regresso ao processo de transição" ao abrigo dos documentos constitucionais e, "obviamente, uma libertação imediata de todos aqueles que foram arbitrariamente detidos", acrescentou Dujarric.

O porta-voz disse ainda que o enviado da ONU se encontrou também "com o primeiro-ministro [Abdalla] Hamdok na sua residência, onde permanece sob guarda".

"Ele está sob uma espécie de prisão domiciliária. Não é livre de se deslocar, e deveria ser", defendeu o porta-voz.

O general Abdel-Fattah al-Burhan, chefe das Forças Armadas sudanesas, anunciou na segunda-feira na televisão estatal do país a dissolução do governo e do Conselho Soberano -- o mais alto órgão executivo do país --, a suspensão de vários pontos da carta constitucional aprovada em agosto de 2019 e que estabelece um roteiro para a realização de eleições, e a instauração do estado de emergência.

A tomada de poder pelos militares foi amplamente condenada pela comunidade internacional.

A tomada do poder pelos militares esta segunda-feira seguiu-se a semanas de crescente tensão política no país, intensificadas como uma tentativa de golpe de Estado em 21 de setembro último.

Esforços de membros civis do Governo em reformar o setor da segurança no país geraram uma forte reação dos militares, inclusive de Al-Burhan.

Os militares deixaram de participar em reuniões conjuntas com membros civis, o que atrasou, por exemplo, a aprovação por parte do Conselho de Ministros de entregar o antigo ditador Omar al-Bashir e outros dois responsáveis do regime deposto em abril de 2019 ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Nas primeiras horas de 25 de outubro, os militares prenderam pelo menos cinco ministros, bem como outros funcionários e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, levando-os para um local não revelado, mas entretanto Hamdok foi libertado.

Ao meio do dia de segunda-feira o tenente-general Abdel Fattah al-Burhan, presidente do Conselho Soberano - órgão governativo composto por civis e militares - anunciou que dissolvia o Governo e o próprio Conselho Soberano, e decretava o estado de emergência no país.

Leia Também: Sudão: Conselho de Segurança ainda sem acordo para declaração conjunta

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