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ONG alerta para aumento acentuado no número de presos políticos na Rússia

O número de prisioneiros políticos na Rússia aumentou acentuadamente este ano, denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) de direitos humanos russa Memorial, citando uma tendência semelhante à repressão da era soviética.

ONG alerta para aumento acentuado no número de presos políticos na Rússia
Notícias ao Minuto

18:19 - 27/10/21 por Lusa

Mundo Rússia

Atualmente, o país tem pelo menos 420 prisioneiros políticos, em comparação com 362 no ano passado, afirmou a ONG em conferência de imprensa.

"Infelizmente, os números estão a aumentar todos os anos. Esta é uma triste e preocupante realidade", salientou Sergei Davidis, que lidera o programa de apoio da ONG aos prisioneiros políticos.

Em 2015, a organização contabilizava de 46 presos políticos.

A lista dos atuais presos políticos compilada pela Memorial inclui o principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, condenado no início de 2021 a mais de dois anos de prisão.

Desde o encarceramento de Navalny, a oposição e a imprensa independente têm sofrido uma repressão crescente no país.

Em junho, as organizações do opositor foram rotuladas como "extremistas" pelo governo, levando ao seu encerramento e à proibição dos seus membros de concorrer nas eleições parlamentares de setembro passado.

As autoridades russas classificaram também a maioria dos meios de comunicação social independentes e os seus jornalistas como "agentes estrangeiros".

Segundo Davidis, a Memorial segue as diretrizes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do Conselho da Europa na identificação de prisioneiros políticos, mas o número real poderia ser "duas ou três vezes superior" aos números das ONG.

"É bastante comparável com os números da era soviética", vincou.

Segundo os dissidentes soviéticos, havia mais de 700 prisioneiros políticos na URSS em 1987.

O movimento das Testemunhas de Jeová, considerado "extremista" e proibido na Rússia em 2017, está particularmente na mira das autoridades russas, com 68 dos seus membros acrescentados este ano à lista pela Memorial.

Desde a proibição da Testemunhas de Jeová, que se consideram os únicos fiéis ao cristianismo original, vários seguidores do movimento fundado nos Estados Unidos têm sido condenados à prisão na Rússia.

"São acusados de rezar da forma errada", disse Lev Ponomarev, um dos ativistas de direitos humanos mais respeitados na Rússia, durante a conferência de imprensa, acrescentando que as autoridades estão a fazer desses fiéis um alvo de "repressão em massa".

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