Indígenas do Equador mantêm manifestação pelo 2.º dia consecutivo no país
Os indígenas equatorianos planeiam manifestar-se hoje, pelo segundo dia consecutivo, apesar do estado de emergência, para protestar contra a política económica do Governo e o aumento dos preços dos combustíveis.
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Mundo Manifestação
"Vamos continuar pelo segundo dia a mobilização e resistência em âmbito nacional", disse na noite de terça-feira Leonidas Isa, presidente da Confederação das Nações Indígenas (Conaie), ao final de uma jornada de manifestações, as mais importantes desde que o Presidente equatoriano, Guillermo Lasso, assumiu o poder há cinco meses.
O dia de terça-feira foi marcado por bloqueios de estradas em várias províncias e pelo protesto em Quito de alguns milhares de pessoas - sindicalistas, indígenas e estudantes - apesar do estado de emergência declarado no dia 18 de outubro para o combate à insegurança e ao narcotráfico.
No final do dia de terça-feira, nas proximidades da Presidência, em Quito, houve confrontos entre manifestantes, que atiravam pedras, e a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo.
A polícia também usou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que bloqueavam estradas nos arredores e uma pessoa ficou ferida nos protestos em Quito, segundo a agência de notícias AFP.
O Governo registou 37 detenções e cinco polícias feridos. Dois soldados capturados pelas manifestantes não ficaram feridos.
"Os protestos foram controlados. Este Governo garante o direito de protestar quando este for pacífico e exercido dentro dos limites da lei", disse Lasso numa mensagem publicada na rede social Twitter.
O Presidente equatoriano havia denunciado anteriormente as consequências económicas da paralisação do país.
"Diga #Não à greve pela reativação e prosperidade de todo o país", escreveu Lasso no Twitter.
A manifestação em Quito reuniu 1.500 pessoas, segundo o coronel da polícia César Zapata.
As barricadas foram erguidas em estradas em pelo menos cinco das 24 províncias do país, incluindo a capital, de acordo com o centro nacional de operações de emergência.
As ações de bloqueio visam, em particular, pressionar o Presidente conservador Guillermo Lasso a reverter o anunciado aumento de 12% nos preços dos combustíveis.
A Conaie ajudou a derrubar três presidentes entre 1997 e 2005 e em 2019 forçou o presidente Lenin Moreno (2017-2021) a retroceder na abolição total dos subsídios públicos aos combustíveis. Doze dias de protestos violentos resultaram em 11 mortes.
A mobilização ocorre num clima já explosivo neste país de 17,7 milhões de habitantes, dos quais 7,4% são indígenas.
A insegurança está a aumentar devido à guerra dos gangues para controlar o mercado de cocaína e a economia está a lutar para recuperar das consequências da pandemia da covid-19. A pobreza afeta cerca de 47% da população.
O preço do combustível é um assunto frequente de controvérsia entre Governos equatorianos e grupos indígenas.
Os protestos atuais ocorrem no marco de um estado de emergência de 60 dias decretado pelo Governo para combater a violência ligada ao narcotráfico, que mobiliza o exército nas ruas para apoiar a polícia em suas operações.
Situado entre a Colômbia e o Peru, o país é um polo do tráfico de drogas por suas fronteiras permeáveis, economia dolarizada e importantes portos de exportação.
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