Uzbequistão: Observadores deploram presidenciais "sem concorrência"
Observadores internacionais deploraram hoje a ausência de "verdadeira concorrência" nas eleições presidenciais de domingo no Uzbequistão, que o chefe de Estado cessante Shavkat Mirziyoyev deverá ter vencido sem problemas, notando ainda "graves irregularidades".
© Reuters
Mundo Eleições
"A ausência de real pluralismo e de interação entre os candidatos ou com a população significa que a eleição presidencial no Uzbequistão decorreu sem verdadeira concorrência", considerou num comunicado uma missão conjunta da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do Parlamento Europeu.
Embora a preparação do escrutínio tenha sido "eficaz e profissional", a votação, no domingo, foi marcada por "uma grande quantidade de graves irregularidades", sublinharam os observadores.
Destacaram "sinais de introdução nas urnas de votos falsos em várias assembleias de votos" e notaram que "um grande número de eleitores" pode votar "sem apresentar um documento de identidade", segundo o comunicado.
Mirziyoyev, de 64 anos e Presidente do país mais populoso da Ásia central desde 2016, é aplaudido por ter abolido o trabalho forçado, aberto a economia e libertado opositores torturados pelo seu antecessor, Islam Karimov.
No entanto, explica a agência France-Presse, regressou recentemente a alguns hábitos do passado, reprimindo vozes críticas antes das eleições de domingo. Os seus detratores acusam-no de ter afastado qualquer oposição real do escrutínio.
Mirziyoyev enfrentou assim no domingo quatro candidatos considerados fantoches e que se abstiveram de o criticar durante a campanha.
Para a maioria dos observadores, o resultado da votação estava por isso decidido com antecedência.
Sinal disso terá sido a ligação hoje do Presidente russo, Vladimir Putin, ao seu homólogo uzbeque para o felicitar pela sua "vitória convincente", segundo o Kremlin, apesar dos resultados do escrutínio ainda não terem sido divulgados.
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