Síria. Fracassa primeira tentativa em obter uma Constituição consensual

Representantes do Governo e da oposição síria reuniram-se esta semana em Genebra para iniciar a redação de uma Constituição que contribua para terminar com dez anos de conflito, apesar de o encontro de hoje ter sido inconclusivo.

Ahmad Kuzbari

© Getty Images

Lusa
22/10/2021 18:15 ‧ 22/10/2021 por Lusa

Mundo

Síria

As discussões "foram uma grande deceção na qual não conseguimos obter os objetivos e faltou uma adequada compreensão de como avançar com o processo", reconheceu o mediador da ONU Geir Pedersen em conferência de imprensa após cinco dias de negociações.

As duas partes também admitiram o impasse negocial, com Ahmad Kuzbari, chefe da delegação do Governo de Bashar al Assad, a assegurar que a oposição "demonstrou ideias perversas e uma agenda agressiva que inclusive legitimou a ocupação de território sírio pela Turquia e Estados Unidos", enquanto o seu homólogo da oposição, Hadi Albahra, acusou os representantes do regime de imobilismo e evitarem uma atitude consensual.

O enviado da ONU precisou que, segundo a agenda prevista, a delegação do Governo apresentou na segunda-feira as bases constitucionais relativas à soberania da Síria, e na terça-feira a oposição anunciou as suas propostas relacionadas com as forças armadas, segurança e serviços de informações.

No dia seguinte, os representantes da sociedade civil revelaram o seu projeto de princípios sobre o Estado de direito e na quinta-feira o Governo apresentou as possíveis bases constitucionais sobre o combate ao terrorismo e ao extremismo.

Pedersen não detalhou os pontos de maior conflito, apesar de em anteriores reuniões se tenha centrado na distinta interpretação de terrorismo e extremismo que existe entre Governo e oposição.

O chefe da delegação oficial afirmou que a sua equipa chegou a esta ronda de Genebra "com sinceridade e boas intenções" mas deparou-se com "incessantes tentativas de obstaculizar", e que provocou o fracasso do encontro.

Pelo contrário, Albahra considerou que a metodologia que atualmente preside às negociações, pela qual cada parte prepara um projeto de um possível capítulo ou diversos princípios constitucionais, apresenta problemas que "apenas podem resolver metade dos desacordos".

Uma década de conflito na Síria originou uma grave crise social e económica, com 13 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.

As negociações promovidas pela ONU constituem o único espaço em que o Governo de Al-Assad aceita negociar com a oposição não armada.

Leia Também: Síria executou 24 pessoas acusadas de provocar incêndios em 2020

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