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A homenagem do Conselho Europeu a Merkel, "alguém que marcou a Europa"

Dirigentes da União Europeia (UE) elogiaram hoje o espírito de compromisso da chanceler alemã, Angela Merkel, durante a cimeira que se realiza em Bruxelas, que deve ser a última da líder alemã após 16 anos no poder.

A homenagem do Conselho Europeu a Merkel, "alguém que marcou a Europa"
Notícias ao Minuto

12:00 - 22/10/21 por Lusa

Mundo Angela Merkel

Segundo fonte europeia, os líderes europeus dedicaram também uma ovação de pé à chanceler alemã durante aquela que é a sua 107ª. cimeira europeia.

"Espero que não fique zangada por esta cerimónia na sua última cimeira", disse Charles Michel, o presidente do Conselho Europeu.

As reuniões dos 27 sem Ângela Merkel, serão "como Roma sem o Vaticano ou Paris sem a Torre Eiffel", acrescentou Michel, segundo a fonte europeia.

"A sua despedida da cena europeia afeta-nos politicamente, mas também nos enche de emoção. É um monumento", continuou Charles Michel, saudando "a sabedoria" da chanceler, que fará falta aos europeus "especialmente em tempos difíceis".

"É alguém que durante 16 anos marcou realmente a Europa, e ajudou-nos, a todos os 27, a tomar as decisões certas com muita humanidade em momentos difíceis", declarou também hoje o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo.

A saída de Angela Merkel "deixará um grande vazio, porque é alguém que está no cargo há tanto tempo e que teve uma grande influência no desenvolvimento da União Europeia", acrescentou o primeiro-ministro austríaco Alexander Schallenberg.

"Ela foi uma artesã da paz dentro da UE. Ela é, sem dúvida, uma grande europeia", insistiu Schallenberg

A chanceler alemã é "uma grande política e tem sido um fator de estabilização crucial em situações muito complicadas", acrescentou o presidente lituano, Gitanas Nauseda, sublinhando o "seu enorme respeito" por Merkel.

O primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, declarou que a saída de Angela Merkel da cena política vai deixar "uma grande lacuna".

"Vou sentir falta dela, a Europa vai sentir falta dela e os luxemburgueses também", disse Xavier Bettel em declarações à imprensa ao chegar para o segundo dia da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) em Bruxelas.

O primeiro-ministro luxemburguês, que compartilhou oito anos do seu mandato com a chanceler alemã, disse que "as pessoas não sabem disso, mas Merkel era uma máquina de compromisso".

"Isso significa que muitas vezes, quando não era possível seguir em frente, Merkel apresentava uma proposta e nós alcançávamos um sucesso", continuou Bettel.

"Na maioria das vezes, quando não concordávamos, não conseguíamos chegar a nada, apenas fazíamos prosa", explicou o primeiro-ministro, referindo-se aos textos de conclusão que os líderes europeus acertavam no final de cada cimeira.

"E ainda assim, Merkel conseguia encontrar algo que nos unia para seguir em frente", disse o primeiro-ministro luxemburguês.

Bettel enfatizou o seu relacionamento pessoal com Merkel, pois é uma pessoa que "estima muito", e prometeu trabalhar com o próximo Governo alemão.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ex-ministra da Defesa de Angela Merkel, sublinhou recentemente que o espírito analítico da doutora em Química foi crucial para desbloquear as por vezes intermináveis negociações europeias.

E até o antigo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quis prestar uma homenagem à chanceler alemã. Num vídeo partilhado no Twitter por Charles Michel, Obama afirma que "graças a Merkel, o centro resistiu a muitas tempestades".

Nos últimos meses, os líderes da UE multiplicaram homenagens e agradecimentos à mulher que governa a Alemanha desde 2005, quase tanto tempo quanto o chanceler da Reunificação Alemã, Helmut Kohl (1982-1998).

Após 16 anos no poder, Merkel prepara-se para deixar o cargo de chanceler alemã.

Os três partidos que estão a negociar a formação da coligação de governo na Alemanha indicaram que pretendem chegar a um acordo até finais de novembro, para que Olaf Scholz [Partido Social Democrata/SPD] se torne chanceler no início de dezembro.

O SPD, o Partido Democrático Liberal (FDP) e os Verdes, com programas políticos muito diferentes, lideram as discussões desde o início de outubro na tentativa de formar uma coligação sem precedentes, uma vez que deixa de fora os conservadores (CDU) de Angela Merkel, que obtiveram os piores resultados da sua história nas eleições legislativas de 26 de setembro.

A saída de Angela Merkel, de 67 anos, desperta o medo do vazio dentro da UE, perante projetos decisivos para a sua sobrevivência: a reconstrução económica pós-covid-19, mudanças climáticas ou mesmo afirmação do seu papel geopolítico em relação aos Estados Unidos e à China.

Durante o seu discurso, Charles Michel também prestou homenagem hoje ao sueco Stefan Löfven, que deixará em novembro ao cargo de primeiro-ministro, que ocupava desde 2014.

"O senhor marcou os nossos encontros com a sua presença forte e tranquilizadora", disse Michel, saudando o seu compromisso com o "progresso social".

[Notícia atualizada às 13h29]

Leia Também: Erdogan e Merkel falam sábado sobre Síria, Líbia e Afeganistão

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