Reforma eleitoral promovida por Joe Biden volta a ser travada no Senado
A reforma eleitoral norte-americana promovida pelo presidente Joe Biden, considerada a maior das últimas décadas, foi travada no Senado dos Estados Unidos da América (EUA) pelo Partido Republicano pela terceira vez este ano.
© JIM WATSON/AFP via Getty Images
Mundo EUA
Os republicanos negaram aos democratas os 60 votos necessários para dar início ao debate do projeto-lei, conhecido atualmente como 'Freedom to Vote Act' (Liberdade para votar, em tradução simples), depois de ter tido o nome de 'Lei Para o Povo'.
Mas, no meio do impasse, há sinais de que os democratas estão a avançar para criar consenso em torno das alterações nas regras de conduta do Senado, um passo importante que poderá permitir o estímulo da reforma da lei através de uma câmara alta do Congresso estreitamente dividida.
O senador Angus King, um independente do estado do Maine que se une aos democratas, recentemente amainou a sua oposição à mudança das regras de obstrução, que impõem um limite de 60 votos para a aprovação da maioria das leis.
"Concluí que a própria democracia é mais importante do que qualquer regra do Senado", disse Angus King, que reconheceu que enfraquecer a obstrução provavelmente seria uma "faca de dois gumes" sob a maioria republicana.
Os democratas ainda encaram grandes problemas para aprovar o projeto-lei, que o líder da minoria do Senado, Mitch McConnell, criticou hoje como "um esquema de aquisição eleitoral" federal.
"O que não podemos aceitar é uma situação em que um lado pede um debate bipartidário e cooperação bipartidária, enquanto o outro se recusa até mesmo a envolver-se num diálogo", salientou o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, de Nova Iorque, em câmara alta.
A nova rejeição dos republicanos dá, em parte, aos democratas poucas opções e pouco tempo para agir, enquanto a base do Partido Democrata fica cada vez mais frustrada por não haver progresso.
"A democracia -- a própria alma da América -- esta em jogo. Deve ser simples e direto. Que haja um debate e que haja uma votação", disse Joe Biden em comunicado.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, também deu a entender que o presidente dos EUA pode estar a abrandar a sua oposição às alterações de obstrução.
"[Os republicanos] vão proteger esse direito fundamental? Ou vão continuar a ser ruidosos -- para usar uma palavra que o presidente já usou no passado -- colocar os democratas numa posição em não há alternativa a não ser encontrar outro caminho?, questionou Jen Psaki.
O projeto-lei sobre a reforma eleitoral foi apresentado pelos democratas pela primeira vez em março, tendo sido rapidamente aprovado pela Câmara dos Representantes, numa altura em que as leis controladoras dos republicanos -- muitas inspiradas pelas falsas alegações de Donald Trump de uma eleição defraudada em 2020 -- avançavam com restrições em nome da segurança eleitoral que tornariam mais difícil votar e poderiam dificultar a Casa Branca com eleições sujeitas a interferências partidárias.
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