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Especialistas da ONU avisam para riscos sanitários de sanções contra Irão
O cumprimento excessivo das sanções dos EUA pode privar os iranianos dos seus direitos básicos à saúde, avisaram hoje especialistas da ONU, citando pessoas com uma doença de pele rara como exemplo.
© iStock
Mundo Irão
"Muitos bancos e empresas, incluindo empresas farmacêuticas e médicas em todo o mundo, estão a cumprir até ao limite as sanções, com receio de possíveis punições", disseram os especialistas num comunicado.
Num desses casos, a situação levou uma empresa sueca a suspender a venda de pensos rápidos aos seus clientes no Irão.
Como consequência, os doentes com uma doença de pele rara conhecida como epidermólise bolhosa, incluindo crianças, deixaram de ter acesso a um tipo de curativo que fornece alívio e pode prevenir infeções que são, potencialmente, fatais.
A doença torna a pele extremamente sensível a danos e frequentemente aparecem bolhas após um leve impacto.
Embora empresas como a farmacêutica sueca frequentemente tenham políticas de direitos humanos em vigor que tentam prevenir este tipo de dano, o receio de sanções pode levar a tomar decisões que não respeitam essas políticas.
Uma relatora especial da ONU, Alena Douhan, entrou em contacto com a empresa e com o Governo sueco para tratar daquilo que foi descrito como falhas nos processos de verificação para garantir que nenhum direito humano é violado.
"Quando a venda de um produto médico que melhora o acesso à saúde e previne o sofrimento é interrompida num país e não existe um produto alternativo equivalente, esse direito fica em falta para as pessoas que dele beneficiam", explicam os especialistas que foram contratados pela ONU, mas que não falam em nome da organização internacional.
As sanções económicas impostas pelos Estados Unidos ao Irão representam uma ameaça à saúde da sua população, ao limitar radicalmente a sua capacidade de importar medicamentos, dizem várias organizações internacionais.
Leia Também: UE exclui reunião com Irão para salvar acordo nuclear
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