Líder do do Hezbollah no Líbano diz ter "cem mil combatentes armados"
O líder do movimento armado pró-iraniano Hezbollah no Líbano, Hassan Nasrallah, afirmou hoje dispor de "cem mil combatentes armados e treinados", alertando o partido das Forças Cristãs Libanesas (FL) para evitar arrastá-lo para "uma guerra civil".
© Getty Images
Mundo Hezbollah
Num discurso transmitido pela televisão libanesa, o secretário-geral do partido xiita acusou o partido cristão de ter disparado na quinta-feira da semana passada, no coração de Beirute, contra os seus apoiantes e aliados, o movimento xiita Amal, matando sete, e de querer provocar "uma guerra civil".
"Revelo pela primeira vez este número: temos 100.000 combatentes, treinados e armados", disse Hassan Nasrallah, indicando que fazia o anúncio "para evitar uma guerra e não para ameaçar uma guerra civil".
O Hezbollah é a única formação no Líbano que conseguiu reter legalmente suas armas após o fim da guerra civil (1975-1990), em nome da "resistência" contra Israel.
Hezbollah e Amal organizaram uma manifestação a 14 de outubro em frente ao tribunal de Beirute para exigir a substituição do juiz Tareq Bitar, encarregado da investigação da gigantesca explosão no porto da capital a 4 de agosto de 2020, que fez mais de 200 mortos.
As duas formações xiitas acusam as Forças Libanesas de terem colocado atiradores nos telhados de prédios nos bairros cristãos vizinhos e de terem aberto fogo.
O chefe do FL, Samir Geagea, negou e disse na sexta-feira que os residentes do bairro cristão de Aïn el-Remmaneh se "defenderam" contra "milicianos do Hezbollah que tentaram entrar nas suas casas".
Na sequência dos confrontos, a União Europeia (UE) apelou às partes que evitem uma escalada de violência em momento crítico para o Líbano.
Do tiroteio resultaram ainda mais de 30 feridos.
Os movimentos xiitas acusam o juiz Tarek Bitar de "politizar" a investigação da explosão no porto de Beirute, em 2020, depois de o magistrado ter convocado dois ex-ministros do movimento Amal para depor.
A manifestação ocorreu no mesmo local onde os familiares das vítimas da explosão no porto de Beirute se reúnem regularmente para exigir que a investigação seja concluída.
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