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Justiça acusa ex-piloto da Boeing de ter enganado supervisora de aviação

 A justiça norte-americana acusou na quinta-feira um ex-piloto de testes da Boeing de ter ludibriado a agência de supervisão da aviação durante o processo de certificação do modelo 737 MAX.

Justiça acusa ex-piloto da Boeing de ter enganado supervisora de aviação
Notícias ao Minuto

07:55 - 15/10/21 por Lusa

Mundo EUA

Dois aparelhos do modelo 737 MAX despenharam-se em 2018 e 2019, em acidentes aéreos que provocaram 346 mortos, devido a problemas no sistema de controlo de voo.

Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em comunicado, o piloto Mark Forkner "prestou à agência informações falsas, imprecisas e incompletas sobre uma nova parte do sistema de controlo de voo do Boeing 737 MAX", conhecido como MCAS, que causou os dois acidentes.

De acordo com os documentos da acusação, o piloto escondeu em 2016 informações sobre uma alteração realizada no MCAS, pelo que a Administração Federal de Aviação (FAA) não inclui a referência sobre o sistema num documento essencial e, indiretamente, nos manuais de treino destinados aos pilotos.

Mark Forkner, de 49 anos, é também acusado de conspiração em prejuízo dos clientes da Boeing que compraram os modelos 737 MAX, privando-os de informações essenciais.

Segundo documentos publicados no início de 2020, Mark Forkner terá mesmo assinalado a sua capacidade de enganar os seus interlocutores da FAA para obter a certificação para o sistema "anti-stall" MCAS.

O modelo 737 Max foi formalmente aprovado em março de 2017.

Em outubro de 2018 e março de 2019, dois acidentes ocorridos respetivamente em aeronaves das empresas Lion Air e Ethiopian Airlines mataram 346 pessoas.

Durante ambos os acidentes, o 'software' de controlo de voo MCAS baseou-se em informações erradas transmitidas por uma das duas sondas das aeronaves.

Todos os outros 737 Max ficaram em terra cerca de 20 meses, antes de serem autorizados a voar novamente no final do ano passado, após uma alteração no 'software'.

A Boeing admitiu responsabilidade pela manipulação e concordou em pagar mais de 2,5 mil milhões de dólares (cerca de 2,16 mil milhões de euros) para resolver processos judiciais.

Mark Forkner foi formalmente indiciado por um grande júri no Texas com duas acusações de fraude, envolvendo peças de aeronaves e quatro acusações de fraude de comunicação eletrónica.

Se for considerado culpado, Mark Forkner pode, teoricamente, ser condenado até 100 anos de cadeia.

"Mark Forkner ocultou informações críticas do regulador na tentativa de economizar dinheiro para a Boeing", disse o procurador federal do Texas, Chad Meacham, citado em comunicado.

Chad Meacham acrescentou que o "Departamento de Justiça não pode tolerar estas fraudes, especialmente num setor onde as exigências são altas".

Questionada pela agência de notícias AFP, a Boeing não quis comentar.

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