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Tunísia: Presidente Saied rejeita "ingerências" externas

O presidente tunisino, Kais Saied, criticou hoje um dos seus antecessores, acusando-o de "conspirar" contra a segurança do Estado ao pedir apoio a países estrangeiros, rejeitando quaisquer ingerências externas na Tunísia.

Tunísia: Presidente Saied rejeita "ingerências" externas
Notícias ao Minuto

19:57 - 14/10/21 por Lusa

Mundo Tunísia

"A Tunísia é um país livre e independente e não se pode interferir nos seus negócios (...). A nossa soberania vem antes de tudo, a nossa dignidade vem antes de tudo", insistiu Saied, ao falar no início do primeiro conselho de ministros desde que, segunda-feira, foi formado um novo Governo.

"Está fora de questão conspirar contra a segurança da Tunísia (...), não aceitamos que a nossa soberania seja posta em discussão com o exterior", acrescentou, aludindo ao ex-Presidente Moncef Marzouki, sem o identificar pelo nome.

Marzouki, Presidente da Tunísia entre 2011 e 2014, opõe-se veementemente à mudança de governo e de regime político protagonizado por Saied a 25 de julho passado, tendo considerado tratar-se de um "golpe de Estado", pelo que pediu a demissão de Saied.

Sábado, durante uma manifestação em Paris, onde reside, Marzouki pediu ao Governo francês que "rejeite qualquer apoio ao regime" e a Saied que, sublinhou, "conspirou contra a revolução e aboliu a Constituição". 

"A França democrática não deve ficar ao lado de um regime ditatorial", referiu perante dezenas de pessoas, de acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais.

Entretanto, Saied pediu ao novo ministro da Justiça tunisino para abrir uma investigação sobre "o caso", evocando a intenção de retirar a Marzouki o passaporte diplomático.

"Ele [Marzouki] figura entre os inimigos da Tunísia e não há dúvida de que continuará a tirar partido desta vantagem e a circular pelas capitais (...) para minar os interesses da Tunísia", acrescentou, insistindo na intenção de não pronunciar o nome.

Saied também expressou "insatisfação" por ver a situação na Tunísia na agenda do Congresso dos Estados Unidos, depois de receber, já hoje, o embaixador norte-americano em Tunes, Donald Blome, tal como tinha anunciado a Presidência tunisina, que deu conta de que o país foi visado num debate, em Washington, no Subcomité de Negócios Estrangeiros.

O debate foi subordinado ao tema "Tunísia: Analisando o Estado da Democracia e os Próximos Passos para a Política Norte-americana".  Segundo um comunicado da Presidência tunisina, Saied garantiu a Blome que as relações entre os dois países "continuarão fortes", apesar de "um certo número de tunisinos tente distorcer" o que está a acontecer na Tunísia e a "falar com pessoas que os ouçam no exterior".

No final de julho, após meses de bloqueio político e de uma crise socioeconómica agravada pela pandemia de covid-19, Saied invocou a prerrogativa "perigo iminente" para assegurar plenos poderes executivos, legislativos e judiciais.

A 22 de setembro, promulgou um decreto que formaliza a suspensão de vários capítulos da Constituição e estabelece "medidas excecionais", supostamente provisórias, para concretizar "reformas políticas", incluindo emendas à Constituição de 2014.

Leia Também: Tunísia: Primeira-ministra anuncia Governo após dois meses de incerteza

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