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Aumento do trabalho infantil poderá ser desvantagem grave para África

O relator especial das Nações Unidas sobre Pobreza Extrema destacou hoje que o aumento do trabalho infantil registado durante a pandemia de covid-19 pode transformar-se num "'handicap' muito grande, em especial para África".

Aumento do trabalho infantil poderá ser desvantagem grave para África
Notícias ao Minuto

18:50 - 14/10/21 por Lusa

Mundo Covid-19

Olivier De Schutter sublinhou que até 2020 havia mais de 160 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil em todo o mundo, um número que aumentou significativamente devido à pandemia, segundo o mais recente relatório do Fundos das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e que esta dimensão social vai transferir os impactos da covid-19 para gerações futuras.

As afirmações sobre o "aumento muito preocupante do trabalho infantil como resultado da pandemia" foram feitas numa conferência virtual organizada pela organização Human Rights Watch (HRW), em antecipação do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se celebra em 17 de outubro.

O relator especial das Nações Unidas sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos disse que a falta de proteção social, especialmente nos países africanos, possibilitou o ciclo vicioso da pandemia de covid-19 que não só afeta os adultos de hoje, mas que vai afetar gerações futuras.

"O que aconteceu em muitos países foi que as escolas fecharam, por períodos mais ou menos longos, e muitas crianças perderam o contacto com a educação, porque não têm acesso à Internet em casa", disse Olivier De Schutter, acrescentando que muitas crianças foram colocadas a trabalhar para sustentar famílias que perderam fontes de rendimento ou para aumentar o rendimento coletivo.

Este facto é "muito preocupante" para o relator especial, porque "mostra que esta crise provoca impactos em mais do que uma geração" e "terá impactos na geração que atingirá a maturidade na década de 2030".

"As crianças que abandonaram a escola ou cujos resultados educacionais agravaram-se como resultado da crise formam realmente um 'handicap' muito forte que o continente pode ter que enfrentar", considerou ainda o antigo secretário-geral da Federação Internacional de Direitos Humanos.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Unicef alertaram, num relatório de 10 de junho, que o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil chegou a 160 milhões em todo o mundo -- um aumento de 8,4 milhões de meninas e meninos nos últimos quatro anos, de 2016 a 2020.

"Outros 8,9 milhões correm o risco de ingressar nessa situação até 2022 devido aos impactos da covid-19", indica ainda o relatório.

Na África subsariana, o crescimento populacional, crises recorrentes, pobreza extrema e medidas de proteção social inadequadas levaram mais 16,6 milhões de crianças e adolescentes para situações de trabalho infantil nos últimos quatro anos.

A covid-19 provocou pelo menos 4.870.405 mortes em todo o mundo, entre mais de 239 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Até agora, registaram-se mais de 8,4 milhões de casos de covid-19 em África, incluindo 214.000 mortes.

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