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Ex-presidente Zuma diz que é prisioneiro de um estado de maioria negra

O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, em liberdade condicional médica, disse hoje que é prisioneiro de um Estado de maioria negra, considerando inconstitucional a sua prisão por desacato à Justiça.

Ex-presidente Zuma diz que é prisioneiro de um estado de maioria negra
Notícias ao Minuto

17:18 - 14/10/21 por Lusa

Mundo Jacob Zuma

O antigo chefe de Estado falava, pela primeira vez, por videoconferência, a milhares de simpatizantes que se congregaram em Durban para uma "oração de boas-vindas a casa".

"Hoje agradeço o vosso apoio como prisioneiro de um Estado democrático no qual a maioria negra controla o poder do Estado", afirmou Zuma, sublinhando que no anterior regime de segregação racial do 'apartheid' "é que as pessoas eram presas sem julgamento".

Zuma declarou que a África do Sul é um "Estado governado por aqueles que sabem o que é ser oprimido e [ver] negado direitos humanos fundamentais", acrescentando: "É este Estado que me prendeu por desacato à Justiça sem julgamento".

"Alguma coisa aconteceu terrivelmente errado no nosso país", salientou.

Jacob Zuma foi posto no mês passado em liberdade condicional médica depois de ter sido preso em 08 de julho para cumprir uma pena de prisão de 15 meses, por se recusar a testemunhar perante a Comissão Judicial 'Zondo', que investiga a captura do Estado pela grande corrupção pública durante o seu mandato (2009-2018).

"Os principais aspetos do desastre inconstitucional que culminou na minha atual prisão repetem-se, eu continuo prisioneiro em condições de liberdade condicional muito estritas", afirmou Zuma.

O ex-presidente sul-africano referiu que foi alvo de "muitas tentativas" desde 1994 para o afastar de posições de liderança no partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), e também no Governo.

Zuma reiterou que a comissão de inquérito judicial à captura do Estado pela grande corrupção pública foi "a medida final daqueles que receiam" o que representa, considerando que a comissão foi criada de forma "inconstitucional" e "ilegal".

A oração de hoje, que juntou milhares de simpatizantes do ex-presidente, foi organizada pela Fundação Jacob Zuma.

O antigo chefe de Estado foi forçado a demitir-se em 2018, após uma série de escândalos terem sido revelados. Dois anos antes, um relatório da acusação detalhava como um grupo de irmãos, empresários de origem indiana, tinha saqueado recursos públicos sob a sua presidência.

Zuma enfrenta 16 acusações de fraude, suborno e extorsão, relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era vice-presidente.

Leia Também: Ministro condena violência xenófoba no sudeste da África do Sul

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