Dezenas de milhares protestam na Geórgia pela libertação de Saakashvili
Milhares de pessoas manifestaram-se hoje na Geórgia para exigir a libertação do ex-Presidente Mikheil Saakashvili, detido após o seu regresso do exílio no início de outubro e que iniciou uma greve de fome.
© Getty Images
Mundo Geórgia
Pelo menos 50.000 pessoas concentraram-se na Praça da Liberdade, no centro da capital, Tbilissi, exibindo faixas com a frase "Libertem Saakashvili", que permaneceu exilado durante oito anos antes da sua recente detenção.
O protesto foi convocado pelo Movimento Nacional Unido (MNU), fundado pelo ex-líder, atualmente com nacionalidade ucraniana e que se encontra numa prisão da cidade de Rustavi, 30 quilómetros e sudoeste da capital georgiana, após ter optado por regressar clandestinamente ao país do Cáucaso e proveniente da Ucrânia.
Saakashvili, 53 anos, foi condenado à revelia, em 2018, a seis anos de prisão por organizar um atentado contra um deputado, e a três anos por abuso de poder.
A justiça georgiana desencadeou dois outros processos penais contra o ex-Presidente, por má gestão de fundos públicos num montante de cinco milhões de dólares (4,3 milhões de euros) e por utilização do exército para dissolver um comício da oposição em 2007, quando ocupava a chefia do Estado.
"O ex-Presidente Sakashvili forneceu um grande contributo para o desenvolvimento do país e não deve estar na prisão. É um preso político", disse Zaal Udumashvili, um dos líderes da oposição ao Governo, dirigido pela formação Sonho Georgiano, vencedor por curta margem das legislativas de 2020 e liderado pelo milionário Bidzina Ivanichvili, o grande rival de Saakashvili.
O antigo chefe de Estado, uma figura muito controversa decidiu regressar secretamente à Geórgia nas vésperas das eleições municipais, cruciais para o poder.
O Sonho Georgiano venceu o escrutínio com 46,7% dos votos, contra 30,6% para o MNU de Saakashvili. Os diversos partidos da oposição reuniram no conjunto 53% dos votos e denunciaram fraudes em grande número.
Nas principais cidades, incluindo Tbilissi, a segunda volta está agendada para 30 de outubro entre os candidatos do poder e do MNU.
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