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Eurodeputados conservadores querem que UE suspenda cooperação com Cuba

Eurodeputados dos três partidos mais conservadores de Espanha (Partido Popular, Ciudadanos e Vox) instaram hoje a União Europeia a suspender o diálogo político e a cooperação com Cuba, alegando uma "sistemática violação das obrigações e dos compromissos estabelecidos".

Eurodeputados conservadores querem que UE suspenda cooperação com Cuba
Notícias ao Minuto

20:28 - 12/10/21 por Lusa

Mundo Espanha

Na presença de Rosa Maria Payá, ativista e opositora do regime cubano, o deputado do Vox Hermann Tertesch leu uma declaração aprovada também pelos eurodeputados Leopoldo Lopez Gil (Partido Popular) e José Ramón Bauzá (Ciudadanos) que pedem à União Europeia que aplique o mecanismo de suspensão, previsto no acordo bilateral assinado com Cuba, noticia a Efe.

Os três eurodeputados pediram ainda ao Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia (UE), Josep Borrell, que "cesse imediatamente a ajuda financeira a Cuba", considerando que o país tem "violado gravemente os direitos humanos".

Na opinião do eurodeputado do Vox, os dirigentes cubanos têm utilizado os fundos da UE para enriquecer e para financiar os "caprichos de uma ditadura".

"Nesta declaração estamos a sublinhar os valores da UE e o respeito pelos direitos humanos", apontou, por seu lado, o eurodeputado do Partido Popular.

Na declaração os três eurodeputados condenaram ainda a "resposta violenta do Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, ao protesto que juntou nas ruas em 11 de julho milhares de cubanos que, de forma espontânea, reclamaram por mais liberdade e uma mudança política e pediram a "libertação imediata" das pessoas detidas.

Entretanto, também durante o dia de hoje o governo cubano rejeitou um pedido da oposição para se manifestar no dia 15 de novembro, afirmando que os organizadores são apoiados pelos Estados Unidos para provocar uma mudança de regime

Durante e depois dos protestos de 11 de julho, que variaram entre manifestações pacíficas a confrontos com a polícia e saques em algumas cidades, houve uma onda de detenções de participantes e alegados instigadores, incluindo cidadãos anónimos, artistas, ativistas da oposição e jornalistas independentes.

Organizações humanitárias têm apontado para mais de um milhar de detidos enquanto as autoridades judiciais referem que 62 pessoas foram julgadas, na sua maioria por crime de desordem pública.

Estas organizações denunciaram graves violações da lei por parte da Justiça cubana, desde a desconsideração do direito de 'habeas corpus' (pedido para que seja reposta a garantia constitucional de liberdade) dos réus até julgamentos sem a presença de advogados de defesa ou determinação de penas de prisão sem provas conclusivas.

As penas destes crimes vão de três meses a um ano de prisão ou multas em dinheiro, ou ambas, segundo o Código Penal cubano.

Os protestos aconteceram com o país mergulhado numa grave crise económica e sanitária, com a pandemia de covid-19 descontrolada e uma grave escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, além de longos cortes de energia.

As autoridades, por sua vez, insistem em culpar os Estados Unidos tanto pelos protestos como pela extrema escassez que o país sofre, face às sanções económicas de que é alvo.

Leia Também: Governo cubano proíbe oposição de se manifestar no dia 15 de novembro

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