Apresentada queixa contra antigo político ruandês por ligação a genocídio
O Coletivo das Partes Civis pelo Ruanda (CPCR) anunciou hoje que vai apresentar queixa contra um antigo político ruandês pelo "crime de genocídio" e por "cumplicidade em crimes contra a humanidade" em 1994.
© Getty Imagens
Mundo Ruanda
"Esperamos que seja aberto um inquérito judicial e que os juízes comecem a investigar este caso o mais depressa possível", disse o advogado do CPCR, Domitille Philippart, citado pela agência France-Presse.
A queixa, apresentada em 22 de setembro ao juiz de instrução superior do tribunal de Paris, visa o antigo político Pierre Kayondo, "suscetível" de residir em Le Havre, na região administrativa da Normandia.
Segundo Alain Gauthier, presidente do CPCR, Pierre Kayondo era "um acionista da 'Radio Télévision [libre] des Mille Collines'" e é "considerado um ardente apoiante do MRND" (Movimento Republicano Nacional para a Democracia e o Desenvolvimento), que está intimamente ligado ao movimento 'Interahamwe', que era o grupo principal das milícias hutu envolvidas no genocídio.
O presidente do CPCR disse que Pierre Kayondo "era próximo de personalidades condenadas pelo genocídio" e que permitiu a formação dos grupos militares 'interahamwe', fornecendo-lhes armas e participando em reuniões.
O CPCR é uma associação que há mais de 20 persegue, em nome das vítimas e sobreviventes, alegados culpados do genocídio que estão a viver em França.
De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o genocídio no Ruanda matou cerca de 800.000 pessoas, a maioria da etnia tutsi, entre abril e julho de 1994.
Até à data, dois julgamentos relacionados com o genocídio no Ruanda resultaram na condenação final de três homens em França. Dois outros homens vão ser julgados em breve.
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