"Sublinharemos em primeiro lugar a necessária consolidação do lugar ocupado por Marrocos e a defesa imperiosa dos seus interesses superiores, em particular na presente conjuntura que transporta na sua esteira desafios, riscos e ameaças", afirmou o monarca, sem detalhar a sua natureza, no decurso do discurso inaugural da nova legislatura.
Esta declaração surge em plena crise diplomática com a vizinha Argélia, que não mantém relações diplomáticas com Rabat devido em particular ao conflito no Saara Ocidental.
Ao dirigir-se por videoconferência aos representantes das duas câmaras do parlamento reunidos em Rabat, o soberano alauita pugnou pela "preservação da soberania" de Marrocos nos setores "sanitário, energético, industrial, alimentar ou outro".
Apelou ainda à formação de um "dispositivo nacional" destinado a constituir uma "reserva de produtos de primeira necessidade, designadamente alimentares, sanitários e energéticos" para "consolidar a segurança estratégica" do reino.
Na quinta-feira, Mohamed VI designou um novo Governo presidido pelo magnata liberal Aziz Akhannouch, vencedor das legislativas de 08 de setembro, e que anunciou como prioridade promover mudanças num país fragilizado pela pandemia e por profundas disparidades sociais e territoriais.
No seu discurso, o rei anunciou uma taxa de crescimento económico superior a 5,5% em 2021, contra uma recessão de 7% em 2020.
Em 2011, no contexto da Primavera árabe, Marrocos adotou uma nova Constituição que concede amplos poderes ao parlamento e ao Governo, mas mantendo a função central do Rei, que emite todas as grandes decisões e orientações para os setores decisivos do país.