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PE quer regime de Lukashenko julgado no Tribunal Internacional de Justiça

O Parlamento Europeu defendeu hoje que os membros do regime de Alexander Lukashenko e o próprio Presidente da Bielorrússia devem ser julgados no Tribunal Internacional de Justiça pelos "crimes cometidos em grande escala" contra aquele povo.

PE quer regime de Lukashenko julgado no Tribunal Internacional de Justiça
Notícias ao Minuto

17:37 - 07/10/21 por Lusa

Mundo Bielorrússia

Numa resolução aprovada com 506 votos a favor, 29 contra e 139 abstenções na sessão plenária da assembleia europeia, que decorreu entre segunda-feira e hoje na cidade francesa de Estrasburgo, os eurodeputados propõem que se apresente o caso da Bielorrússia junto do Tribunal Internacional de Justiça para que "Lukashenko e os membros do seu regime possam ser julgados pelos crimes cometidos em grande escala contra o povo bielorrusso, com base nas violações à Convenção de Chicago, à Convenção de Montreal e à Convenção das Nações Unidas contra a Tortura".

Ao mesmo tempo, os parlamentares condenam as práticas contínuas de "repressão, tortura e maus-tratos infligidos ao povo pacífico da Bielorrússia, bem como o espancamento, a detenção e a intimidação de jornalistas, 'bloggers' e outras vozes independentes no país".

Na recomendação, o Parlamento Europeu critica também a "instrumentalização de seres humanos para fins políticos pelo regime de Lukashenko", manifestando solidariedade para com a Lituânia, a Polónia e a Letónia pela pressão migratória ilegal, bem como para com outros Estados-membros da UE visados pelas ameaças bielorrussas.

Para os eleitos, o apoio estatal da Bielorrússia às travessias ilegais das fronteiras externas da UE, juntamente com uma campanha de desinformação, "constitui uma forma de guerra híbrida destinada a intimidar e desestabilizar a União Europeia [UE]".

Além disso, a assembleia europeia insta os Estados-membros e as instituições da UE a lidarem "urgentemente" com a crise migratória na fronteira bielorrussa, ajudando os migrantes ali bloqueados através do fornecimento do apoio necessário, nomeadamente após pelo menos cinco pessoas terem morrido de hipotermia e exaustão.

No que toca à reação da UE, que tem vindo a assentar em sanções económicas contra os opressores bielorrussos, os eurodeputados lamentam que tais medidas apenas tenham tido "um efeito parcial sobre o regime de Lukashenko", solicitando um reforço "com a máxima urgência".

Na terça-feira, falando num debate na sessão plenária sobre a situação na Bielorrússia, a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, condenou a "brutal repressão e as contínuas provocações" do regime de Alexander Lukashenko na Bielorrússia, rejeitando ceder à pressão migratória ilegal para a UE.

Há uma semana, e também devido à pressão migratória imposta pela Bielorrússia, a Comissão Europeia propôs a suspensão parcial do acordo de facilitação de vistos, dirigida a pessoas ligadas ao regime, após Minsk ter anulado o pacto de readmissão de migrantes.

Na base da proposta de Bruxelas -- que tem que ser validada pelo Conselho da UE -- está ainda o facto de a Bielorrússia ter tentado destabilizar o bloco e Estados-membros, nomeadamente ao permitir a milhares de migrantes o atravessamento das suas fronteiras com a Polónia, Lituânia e Letónia.

À luz das eleições presidenciais de 09 de agosto de 2020 -- consideradas fraudulentas -- e do facto de o regime carecer de legitimidade democrática, o Conselho da UE adotou em outubro passado várias medidas restritivas, como sanções económicas.

A Bielorrússia retaliou, suspendendo a sua participação na Parceria Oriental e o Acordo de Readmissão celebrado com a UE, ao mesmo tempo que facilitou a saída de migrantes para a Polónia, Lituânia e Letónia.

A UE tem acusado a Bielorrússia de orquestrar o enorme aumento do fluxo de migrantes como retaliação pelas sanções impostas a Minsk.

Leia Também: UE condena "brutal repressão e contínuas provocações" de Lukashenko

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