Argélia apela à retirada das forças marroquinas do Saara Ocidental
A Argélia, principal apoiante dos independentistas saarauís da Frente Polisário, apelou hoje à retirada das forças marroquinas de uma zona tampão no Saara Ocidental, de forma a possibilitar uma solução política e pacífica para este conflito de décadas.
© Reuters
Mundo Frente Polisário
O apelo de Argel surge um dia depois das Nações Unidas terem nomeado o diplomata veterano italo-sueco Staffan de Mistura, de 74 anos, como o seu novo enviado especial para o Saara Ocidental, cargo que estava vago desde a renúncia do alemão Horst Köhler em maio de 2019.
A nomeação de Staffan de Mistura ocorreu depois de Marrocos e da Frente Polisário - que ao longo do processo rejeitaram uma dezena de possíveis candidatos ao cargo - terem dado a sua aprovação ao nome proposto pelo secretário-geral das Nações Unidas.
A questão do estatuto do Saara Ocidental, antiga colónia espanhola no norte de África anexada por Marrocos (em 1975) que é considerada como "território não autónomo" pelas Nações Unidas na ausência de um acordo definitivo, opõe há décadas Rabat e a Frente Polisário.
A Argélia, através do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, registou "com interesse" a nomeação de Staffan de Mistura, bem como apelou à retirada das tropas destacadas por Marrocos, no final de 2020, na zona tampão de Guerguerat, no extremo sul do Saara Ocidental, depois de um grupo de militantes saarauís ter bloqueado a única estrada para a Mauritânia, considerada ilegal pela Frente Polisário.
A "desmilitarização desta área (...) é a pedra angular de qualquer processo político credível que visa encontrar uma solução pacífica para o conflito", disse o porta-voz da diplomacia argelina.
Assegurando que a Argélia apoia os esforços das Nações Unidas, o mesmo porta-voz manifestou uma esperança de que a nomeação do novo enviado "permita o lançamento de negociações diretas e sérias entre a Frente Polisário e o reino de Marrocos, a fim de alcançar uma solução que garanta ao povo do Saara Ocidental o exercício livre e genuíno do seu direito inalienável e imprescindível à autodeterminação".
Rabat, que controla quase 80% deste vasto território desértico que detém um subsolo rico, propõe um plano de autonomia sob a sua soberania. Já a Frente Polisário reclama a realização de um referendo sobre a autodeterminação do território sob a égide da ONU, que tinha sido planeado quando um cessar-fogo foi assinado há cerca de três décadas.
Tradicionalmente difíceis, as relações entre a Argélia e o reino de Marrocos deterioraram-se nos últimos meses, devido principalmente à questão do Saara Ocidental.
Em 24 de agosto, Argel decidiu romper as relações diplomáticas com Rabat, tendo decretado posteriormente, cerca de um mês depois, o encerramento do espaço aéreo argelino a todos os aviões civis e militares marroquinos.
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