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Quinze anos após morte de Politkovskaia, prescrição protege mandante

O jornal Novaia Gazeta, empregador da jornalista russa assassinada Anna Politkovskaia, denunciou hoje, no 15.º aniversário da sua morte, a prescrição penal que protege o ou os mandantes do assassínio, que nunca foram identificados.

Quinze anos após morte de Politkovskaia, prescrição protege mandante
Notícias ao Minuto

13:36 - 07/10/21 por Lusa

Mundo Crime

Crítica do Kremlin, em particular da guerra sangrenta na Chechénia, e do dirigente desta república Ramzan Kadyrov, a jornalista de investigação da Nova Gazeta foi morta a tiro no elevador do prédio onde vivia a 7 de outubro de 2006, um assassínio que coincidiu com o aniversário do Presidente russo, Vladimir Putin.

O crime causou ondas de choque na Rússia e em todo o mundo. Apenas os executantes do crime foram condenados.

"Hoje, os mandantes escaparam oficialmente à responsabilidade penal", lamenta a Novaia Gazeta, adiantando que o jornal se esforçará a partir de agora para obter em tribunal "a reabertura da investigação sobre o assassínio de Politkovskaia até que seja revelado o nome de quem deu a ordem".

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, sublinhou, por seu turno, ser "muito difícil" determinar a verdade nos assassínios encomendados.

"Claro, todos gostaríamos que os responsáveis por este crime -- os mandantes, como os executantes -- fossem punidos", acrescentou.

O jornal tem previstas para hoje à tarde cerimónias de homenagem à jornalista nas suas instalações.

A comemoração ocorre num contexto de crescentes pressões sobre os media independentes, a oposição e as organizações não-governamentais críticas do Kremlin desde a detenção, no início do ano, de Alexei Navalny, principal detrator de Vladimir Putin.

A União Europeia (EU) exortou as autoridades russas, num comunicado, a "assegurar que todos os responsáveis do assassínio de Anna Politkovskaia sejam julgados através de um processo judicial aberto e transparente".

Em 2014, cinco homens foram reconhecidos culpados de organizar, executar ou participar no assassínio da jornalista e condenados a pesadas penas de prisão.

O checheno Lom-Ali Gaitukaiev, organizador logístico do crime, morreu em 2017 na prisão.

Em 2018, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou a Rússia por não ter "implementado as medidas de investigação adequadas para identificar a ou as pessoas por trás do homicídio".

Criado em 1993, o Novaia Gazeta é regularmente alvo de intimidações e ataques. O jornal, que sai três vezes por semana, é propriedade da sua redação, do empresário Alexandre Lebedev e do último dirigente soviético Mikhail Gorbachev.

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