"Aprovação da lei eleitoral para a Câmara dos Representantes na sessão de hoje", anunciou na rede social Twitter o porta-voz do parlamento, Abdallah Bliheq.
Mergulhado no caos após a queda, em 2011, do regime de Muammar Kadhafi, a Líbia está a tentar sair de uma década de conflito marcada pela existência de poderes rivais e por violência sangrenta.
Depois do fim dos combates, no verão de 2020, entre os dois campos adversários, foi formado um Governo unificado e provisório para levar a cabo a transição.
A formação desse executivo, no final de um processo político patrocinado pela ONU, ofereceu um vislumbre de esperança.
O Governo, liderado pelo empresário Abdelhamid Dbeibah, foi encarregado por 75 personalidades líbias de todos os quadrantes, reunidas sob a égide da ONU, de unificar as instituições e concluir a interminável transição política realizando eleições legislativas e presidenciais a 24 de dezembro.
A aprovação da lei sobre as legislativas ocorre pouco mais de três semanas depois da adoção pelo parlamento, sediado em Tobruk, no leste do país, de uma lei que rege a eleição do futuro Presidente, ratificada sem ser submetida a votação e que favorece o homem-forte do Leste, Khalifa Haftar, para desgosto das autoridades de Tripoli.
Fundamentais para o futuro do país, estas eleições permanecem hipotéticas, devido às profundas divisões que continuam a grassar entre os caciques líbios. A campanha eleitoral nem sequer começou ainda.
Representantes do Alto Conselho de Estado Líbio (HCE), órgão que atua como o Senado -- instalado em Tripoli -, e do parlamento reuniram-se na semana passada em Rabat, Marrocos, mas não revelaram qualquer acordo sobre a contestada lei eleitoral para as presidenciais, fazendo, sim, um apelo à comunidade internacional para apoiar o processo político em curso no país.
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