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Unicef diz que expulsão da Etiópia de elementos da ONU é "lamentável"

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse hoje que a decisão do Governo etíope de expulsar o seu representante no país, com outros funcionários da ONU, "é lamentável e alarmante", reiterando a confiança nas suas equipas.

Unicef diz que expulsão da Etiópia de elementos da ONU é "lamentável"
Notícias ao Minuto

20:04 - 01/10/21 por Lusa

Mundo UNICEF

"A decisão do Governo etíope de expulsar o representante da Unicef no país, juntamente com outros membros da equipa de liderança da ONU, é lamentável e alarmante", afirmou a agência das Nações Unidas, em comunicado.

Na nota, a Unicef refere que está presente na Etiópia há mais de 60 anos, a trabalhar em prol do desenvolvimento e proteção dos direitos das crianças mais vulneráveis.

Mas salienta que "à medida que a situação humanitária no país se deteriora, com as crianças a sofrer as suas maiores consequências", o seu trabalho "é mais urgente do que nunca" e reitera a confiança nas sua equipas.

"Temos plena confiança nas equipas que trabalham no terreno para salvar a vida das crianças, orientadas, como sempre, pelos princípios da imparcialidade, humanidade, neutralidade e independência", afirmou.

Neste contexto, a Unicef garante: "Os nossos programas vão continuar. A nossa primeira e única prioridade é apoiar as crianças que necessitam urgentemente da nossa ajuda, onde quer que estejam".

Num relatório publicado 'online', na quinta-feira à noite, pouco depois de Adis Abeba ter anunciado a expulsão de sete funcionários da ONU, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) disse que há uma subnutrição "sem precedentes" nas mulheres grávidas e que estão a amamentar, na região etíope do Tigray, palco de guerra, desde novembro do ano passado.

O documento considera também "alarmantes" os níveis de subnutrição entre as crianças, enquanto o espetro da fome cresce no norte da Etiópia

Na quinta-feira, o Governo etíope anunciou a expulsão, no prazo de 72 horas, de sete funcionários de agências da ONU acusados de "interferirem" nos seus assuntos internos, incluindo membros da OCHA e da Unicef.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que estava "chocado" e os diplomatas anunciaram que iria realizar-se hoje uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU à porta fechada para analisar a situação.

Depois dos Estados Unidos, na quinta-feira à noite, a França também "condenou" a decisão da Etiópia hoje à tarde.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope, Dina Mufti, acusou os responsáveis da ONU que foram expulsos de se envolverem em atividades ilegais e disse que a expulsão destes do país deveria servir de lição para outros, de acordo com a televisão Fana BC, ligada ao Estado.

"Parece que algumas organizações internacionais autorizadas a prestar serviços relacionados com a saúde estão a causar problemas e a pôr em risco o estado de saúde da comunidade", afirmou Mufti, citado pela Fana BC.

A região do Tigray é palco de Guerra que começou em novembro de 2020, quando o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, lançou uma operação militar para derrubar as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT), que acusa de orquestrarem ataques aos campos militares do Estado.

O conflito parou durante vários meses, antes dos combatentes pró FPLT recuperarem o controlo da região, em finais de junho, e de grande parte das tropas governamentais se terem retirado da região.

Desde então, os combates espalharam-se pelas regiões vizinhas de Afar e Amhara.

Segundo a ONU, 400.000 pessoas "atravessaram o limiar da fome" em Tigray, mas muito pouca ajuda humanitária está a chegar à região.

Leia Também: Unicef com défice de 50 milhões para as operações em Moçambique

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