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Governo de Moçambique satisfeito com "evolução muito positiva" no terreno

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique afirmou hoje que a evolução da situação em Cabo Delgado tem sido "muito positiva", elogiando a capacidade de resistência da população e dos soldados.

Governo de Moçambique satisfeito com "evolução muito positiva" no terreno
Notícias ao Minuto

20:11 - 28/09/21 por Lusa

Mundo Moçambique

Em entrevista à agência Lusa nas Nações Unidas em Nova Iorque, Verónica Macamo explicou que o "modus operandi do terrorismo" impossibilita fazer uma avaliação concreta do futuro, mas a "evolução é muito positiva".

"Temos de continuar a batalhar, continuar a trabalhar. Os nossos soldados, os filhos têm de continuar, portanto, a resistir, com a forças aliadas, até conseguirmos derrotar o terrorismo", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique.

"Nós acreditamos que com o esforço que está a ser feito pelos nossos soldados, polícias mas também com a ajuda da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e de Ruanda, nós vamos conseguir efetivamente combater com sucesso" os insurgentes, afirmou Verónica Macamo, congratulando-se já com "alguns sucessos no terreno".

A insurgência em Cabo Delgado tem sido um dos temas em análise em reuniões bilaterais da chefe da diplomacia moçambicana com líderes de outros países na Organização das Nações Unidas (ONU).

As reuniões diplomáticas são focadas também no "âmbito da diplomacia económica, para que efetivamente [os países] possam escolher Moçambique como destino do seu investimento", sublinhou a governante, que se encontra em Nova Iorque desde 18 de setembro.

Verónica Macamo Dlhovo defendeu que Moçambique tem "ótimas condições" e, apesar do "problema numa zona circunscrita de Cabo Delgado, circunscrita a alguns distritos", isso "não impede que haja investimentos".

Segundo a responsável, os líderes internacionais têm mostrado confiança e apoio, com base nos resultados do acordo de cessação de hostilidades entre o Governo moçambicano e a RENAMO, assinado em 2019, e o programa de desmilitarização, desmobilização e reintegração de antigos guerrilheiros da RENAMO.

Verónica Macamo detalhou tratar-se de "um processo que contempla a entrega das armas, mas também a criação de condições para que os guerrilheiros possam se integrar da melhor forma na comunidade e deixarem de estar fora do convívio com os outros cidadãos".

"Também temos recebido apoio para permitir que esses programas possam fluir", acrescentou a ministra, destacando a ajuda internacional no desenvolvimento do país e no combate ao terrorismo.

"Os terroristas provocaram em, Cabo Delgado, um número de deslocados muito grande, portanto uma emergência sem precedentes. Nós temos mais de 800 mil pessoas para alimentar, para tomar conta, para cuidar", que saíram "devido à gravidade, devido à brutalidade com que os terroristas agem no terreno", disse à Lusa.

"Seria muito complicado com os nossos recursos", considerou a responsável, declarando que Moçambique está a precisar de "muita ajuda", numa altura em que a reconstrução está avaliada num valor de 300 milhões de dólares (280 milhões de euros).

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação acrescentou que, com a estabilização e o desaparecimento gradual da violência, as centenas de milhares de deslocados querem voltar, mas Cabo Delgado depara-se com o problema de destruição das infraestruturas.

"O nosso grande problema agora é a reconstrução daquelas zonas, porque os terroristas destruíram o sistema de águas, o sistema escolar, sistema de saúde, sistema elétrico e também estão a destruir outras infraestruturas mesmo ligadas à administração pública", descreveu a chefe da diplomacia moçambicana, defendendo que as populações têm de regressar para "condições de habitabilidade".

O conflito armado entre forças militares e insurgentes em Cabo Delgado já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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