Serviço de Fronteiras são-tomense nega italianos em detenção anunciada
A diretora dos Serviços de Migração e Fronteiras são-tomense esclareceu hoje que seis cidadãos da Sri Lanka foram detidos no aeroporto de São Tomé, no domingo, com vistos falsos e não "passaporte italiano", como avançou a Polícia Nacional.
© Lusa
Mundo São Tomé e Príncipe
"Não são cidadãos italianos e não entraram no sábado como se pôde ouvir nos órgãos da comunicação social", começou por esclarecer a diretora dos Serviços de Migração e Fronteiras face as declarações da Polícia Nacional, que na segunda-feira anunciaram a detenção de cinco indivíduos com passaportes italianos falsos.
Segundo Lizete Benguela, trata-se de seis cidadãos que "vieram para São Tomé alegadamente em turismo" desde 21 de agosto, e pretendiam utilizar as fronteiras são-tomenses para chegarem ao território europeu "utilizando vistos falsos".
"Os vistos é que eram falsos", precisou, acrescentando que "também não eram vistos italianos".
"Os cidadãos em causa nem sequer são europeus. São cidadãos asiáticos [Sri Lanka]", esclareceu a diretora dos Serviços de Migração e Fronteiras, acrescentando que eles "queriam ir para a Alemanha".
Segundo Lizete Benguela, os seis detidos afirmaram que conseguiram os vistos falsos através de um cidadão são-tomense, que dizem não saber identificar, sem o envolvimento de entidades consulares de países europeus em São Tomé e Príncipe.
"Foi uma falta de comunicação nesses casos que é uma questão de estrita competência dos Serviços de Migração e Fronteira", considerou, acrescentando que "foi excesso de zelo de quem forneceu a informação" ao comissário da Polícia, sem confirmar a veracidade junto dos SMF.
Segundo a diretora dos SMF, a situação pode prejudicar a imagem do país.
"Esta manhã recebi um telefonema da embaixada de Portugal. Eles também ficaram preocupados porque os cidadãos italianos para chegarem a São Tomé, tinham que vir via Portugal. Como é que a fronteira portuguesa, com os equipamentos que têm, permitiu que cinco pessoas logo passassem com passaportes falsos?", revelou a diretora dos SMF, assegurando que os detidos serão "retornados no voo da sexta-feira" para os seus países.
Também o diretor da Polícia Judiciária considerou que "houve algum equívoco da parte da Polícia Nacional, relativamente à questão dos cidadãos que tiveram droga no organismo".
Samuel António descartou o envolvimento da PN nesta operação assegurando que "foi uma operação exclusiva da PJ, que já vem monitorando e seguindo esta organização criminosa há meses, e contou com o apoio do Ministério Público, os Serviços de Migração e Fronteiras" e parceiros internacionais.
A operação culminou com a detenção, no domingo, de dois cidadãos da Guiné-Bissau, provenientes do Brasil, com mais de 279 cápsulas no organismo, e um são-tomense suspeito de ser o responsável da organização e da droga avaliada em mais de 418.500 euros.
O comissário e porta-voz da Polícia Nacional, Eridson Trindade, em reação, defendeu "isto não se trata de um equívoco", e acrescentou que os "elementos policiais no aeroporto colaboram com outras instituições" para o bem e segurança de São Tomé e Príncipe.
"Informação que chegou através da esquadra do aeroporto diz-nos que houve dois detidos suspeitos de tráfico de drogas. Foi isso que nós dissemos", afirmou, referindo que a investigação e as detenções são da PJ e a Polícia Nacional não se imiscuiu no trabalho, mas prestaram o serviço público de informar os cidadãos.
Trindade assegurou que esta situação "não belisca em nada a cooperação que tem existido entre os serviços" das três instituições.
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