O Presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se, através de meios virtuais, com os líderes das cinco forças políticas que conseguiram eleger nas legislativas russas, realizadas entre 17 e 19 de setembro, representantes para a Duma (câmara baixa do parlamento russo), incluindo o Partido Comunista, que denuncia irregularidades na votação.
"As eleições foram abertas, foram realizadas no estrito cumprimento da lei e tiveram uma grande participação", declarou Putin, numa videoconferência que foi transmitida pela televisão pública russa.
O partido Rússia Unida, de Vladimir Putin, venceu as legislativas, ao ter conquistado 324 dos 450 assentos parlamentares que compõem a Duma.
O partido no poder foi seguido pelo Partido Comunista (57 assentos parlamentares), pelos sociais-democratas da formação Rússia Justa (27), pelo Partido Liberal Democrático (21) e pelo recém-criado partido Nova Gente (13).
A taxa de participação no escrutínio situou-se nos 51,72%, mais do que os 47,88% registados nas eleições de 2016.
Na reunião de hoje, o líder russo felicitou os representantes partidários pelos resultados alcançados, tendo ainda agradecido ao eleitorado russo por ter exercido presencialmente o seu direito de voto nas assembleias e através do voto eletrónico.
Vladimir Putin também destacou que, pela primeira vez em muitos anos, cinco partidos estarão presentes na Duma, em vez de quatro.
O governante enalteceu ainda que o surgimento de um novo partido, o Nova Gente, comprova o caráter democrático dos processos eleitorais e as "possibilidades reais" que os partidos políticos têm na Rússia.
Esta reunião ocorreu no mesmo dia em que a capital russa, Moscovo, foi palco de uma manifestação convocada pelo Partido Comunista russo para contestar a utilização do voto eletrónico nas eleições legislativas, alegando que esta ferramenta deturpou os resultados do escrutínio.
Segundo dados da polícia e de 'media' locais independentes, o protesto reuniu no centro de Moscovo algumas centenas de pessoas.
Uma das exigências dos comunistas russos é que as autoridades anulem os resultados eleitorais do voto eletrónico em Moscovo, por considerarem que este meio de votação ajudou a "roubar a vitória" de vários dos seus candidatos.
A Comissão Eleitoral Central da Rússia (CEC) defende o voto eletrónico, rejeitando as críticas da oposição que classifica como infundadas.
Segundo a agência Associated Press (AP), um grupo de políticos e de ativistas que saíram derrotados das legislativas anunciaram hoje a formação de um comité que pretende invalidar os resultados do voto eletrónico na zona de Moscovo.
O novo comité pretende ainda, segundo a opositora Marina Litvinovich, uma das promotoras da iniciativa, tentar abolir a utilização do voto eletrónico em futuras eleições e lutar contra a fraude eleitoral.
Entre outras ações, o comité planeia organizar um protesto a nível nacional, apresentar processos judiciais para contestar os resultados eleitorais e elaborar legislação que proíba a utilização do voto eletrónico.
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