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Marrocos responde com silêncio aos gestos de rotura da Argélia

Marrocos está, até agora, a responder com silêncio à decisão da Argélia, tomada quarta-feira, de encerrar o espaço aéreo aos aviões civis e militares marroquinos, num novo gesto de rotura nas relações entre os dois países vizinhos.

Marrocos responde com silêncio aos gestos de rotura da Argélia
Notícias ao Minuto

17:07 - 23/09/21 por Lusa

Mundo Argélia

Diversas fontes oficiais questionadas pela agência noticiosa espanhola EFE optaram por não comentar a decisão argelina.

A decisão de Argel também não foi noticiada pela agência oficial de notícias marroquina MAP, tal como aconteceu a 26 de agosto, quando a Argélia garantiu que vai cortar o gasoduto que liga a Espanha através do Marrocos.

Na altura, as autoridades marroquinas também não reagiram, apesar de, com o corte, Marrocos deixar de receber uma receita anual de 7% do gás transferido.

O silêncio também é partilhado por alguns meios de comunicação social marroquinos que, segundo a EFE, decidiram não fazer eco da notícia do encerramento do espaço aéreo porque "favorece a escalada da tensão diplomática".

Marrocos mantém esta política desde que Argel rompeu unilateralmente, a 24 de agosto, as relações diplomáticas, quando o Governo marroquino respondeu, pela última vez, ao qualificar a decisão como "injustificada, mas esperada".

Desde então que Rabat optou por se manter em silêncio diante de qualquer ato hostil do país vizinho.

No entanto, Marrocos teve um gesto de apaziguamento quando, sábado, o rei Mohamed VI enviou uma mensagem de condolências ao Presidente argelino, Abdelmajid Tebboun, pela morte do antigo chefe de Estado Abdelaziz Bouteflika.

Quarta-feira, a Argélia decidiu "o encerramento imediato" do seu espaço aéreo a todos os aviões civis e militares marroquinos, bem como às aeronaves registadas em Marrocos, anunciou a Presidência.

"O Alto Conselho de Segurança decidiu o encerramento imediato do espaço aéreo a todos os aviões civis e militares bem como aos registados em Marrocos", lê-se num comunicado oficial da presidência argelina.

"Há uma escalada política da Argélia face à tentativa de apaziguamento por parte do Marrocos", sublinhou à EFE Nizar Derdabi, analista de defesa e segurança marroquino, que considera que a mensagem de condolências do monarca tem "valor simbólico". 

Derdabi defende que o encerramento do espaço aéreo é "incompreensível" e minimiza o possível impacto nos voos marroquinos. 

Mas a decisão pode afetar os voos da transportadora estatal marroquina Royal Air Maroc (RAM) para a Tunísia, Egito, Turquia e, provavelmente, para o Mali e Níger, já que as rotas passam pelos céus argelinos.

Para Derdabi, a RAM, que ainda não se pronunciou sobre as consequências da decisão argelina, terá possivelmente de desviar essas rotas, o que significará tempo de voo adicional, algo que, segundo o analista, a companhia aérea marroquina pode fazer.

A Argélia cortou relações diplomáticas com Marrocos, acusando o país de "ações hostis", após meses de tensões exacerbadas entre os dois países do Magrebe de relações tradicionalmente difíceis, nomeadamente devido à espinhosa questão do Saara Ocidental.

A normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel -- em troca do reconhecimento pelos Estados Unidos da "soberania" marroquina sobre aquele território -- avivou as tensões com a Argélia, apoiante da causa palestiniana.

Rabat considera que essa antiga colónia espanhola é parte integrante do seu território. Os independentistas da Frente Polisário, por seu lado, exigem um referendo de autodeterminação, com o apoio da Argélia.

Leia Também: Argélia fecha espaço aéreo a todos os aviões marroquinos

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