Agência sueca capacita intervenientes do acordo de paz em Moçambique
Uma delegação da agência sueca Folke Bernadotte Academy vai capacitar intervenientes do processo do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da Renamo, no âmbito do acordo paz assinado entre aquele partido e o Governo moçambicano.
© Twitter/ AlexanderMZ
Mundo Moçambique
"O objetivo da capacitação é desenvolver estratégias sensíveis ao género e mensagens destinadas aos beneficiários de DDR durante todo o processo em curso no país", refere uma nota da embaixada da Suécia em Moçambique.
Segunda nota, a capacitação vai beneficiar os intervenientes diretos do processo, com destaque para grupo técnico-conjunto para o DDR, o grupo técnico-conjunto de monitoria e verificação e clubes da paz criados no âmbito do acordo, além de pontos focais nas províncias abrangidas.
"As negociações de paz e segurança devem ser baseadas numa perspetiva de género de modo a garantir que as necessidades de toda a população, incluindo mulheres, sejam consideradas", declarou Mette Sunnergren, embaixadora da Suécia em Moçambique, citada na nota.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional foi assinado em 06 de agosto de 2019 em Maputo pelo atual Presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, o DDR do braço armado da Renamo, envolvendo cerca de 5.000 membros.
O processo já abrangeu mais de 2.600 guerrilheiros da Renamo, mas o principal partido de oposição tem criticado uma alegada falta de interesse em integrar o grupo de guerrilheiros daquele partido que se vão juntar à polícia e atrasos no desembolso dos subsídios dos ex-guerrilheiros já abrangidos.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
O acordo é contestado por um grupo dissidente daquele partido de oposição autoproclamado Junta Militar da Renamo, à qual são atribuídos ataques a alvos civis e do Estado no centro do país, com mais de 30 mortos, desde agosto de 2019.
O grupo, chefiado por Mariano Nhongo, um general da guerrilha da Renamo, acusa a atual liderança do partido de ter traído os ideais do defunto presidente da organização, Afonso Dhlakama, nos compromissos que assumiu com a liderança do executivo da Frelimo.
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