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Correspondente da AFP na RDCongo detido para interrogatório

O correspondente da agência francesa de notícias (AFP) na República Democrática do Congo (RDCongo) foi detido na segunda-feira à noite e interrogado hoje sobre as informações que tem sobre o homicídio de dois peritos da ONU, em 2017.

Correspondente da AFP na RDCongo detido para interrogatório
Notícias ao Minuto

23:14 - 21/09/21 por Lusa

Mundo RDCongo

De acordo com as autoridades judiciais militares, Pierre Sosthene Kambidi foi detido no seu hotel na capital, Kinshasa, depois de o seu nome ter sido mencionado por duas testemunhas do caso.

Cerca de 30 pessoas foram acusadas de terem participado, em março de 2017, no rapto e homicídio dos norte-americano Michael Sharp e de Zaida Catalan, de ascendência sueca e chilena, que tinham sido contratados pelas Nações Unidas para monitorizar a violência na região de Kasai, no centro da RDCongo.

O julgamento começou em junho de 2017, mas tem sido lento, e a ONU decidiu nomear um perito judicial para acelerar o processo.

Um vídeo que alegadamente mostra os dois homens a serem mortos pela milícia Kamuina Nsapu, um grupo rebelde étnico, foi divulgado na televisão estatal para acabar com rumores que defendiam que o exército seria responsável pelas mortes.

"O jornalista Sosthene Kambidi é um informador importante porque ele foi dos primeiros a ter o vídeo do homicídio de Zaida Catalan e Michael Sharp", explicou um membro da acusação à AFP.

Kambidi, que trabalhou como jornalista independente para a AFP e para o jornais digital Actualite em Kananga, na capital da província Kasai, foi "questionado pelo mecanismo das Nações Unidas de monitorização dos ataques enquanto testeminha porque o seu nome foi mencionado por outras duas testemunhas", disse o procurador militar, citado pela AFP.

"O jornalista deve dizer ao tribunal quem lhe deu o vídeo, como o obteve, e responder sobre se era uma testmunha direta, se esteve em contacto com aqueles que mataram os dois peritos e se foi ele próprio um ator, porque precisamos de respostas", concluiu o procurador.

O conflito na região de Kasai deixou 3.400 pessoas mortas e dezenas de milhares ficaram deslocados entre Setembro de 2016 e meados de 2017.

Leia Também: ONG pede investigação sobre violência em motim em prisão na RDCongo

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