Jens Stoltenberg referia-se ao caso que envolve os três países e a Austrália, país que se tinha comprometido a comprar submarinos a França e que assinou um acordo com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, optando por comprar aos Estados Unidos submarinos nucleares, abandonando o acordo com França.
Austrália, Reino Unido e Estados Unidos anunciaram na semana passada a constituição de uma aliança, chamada AUKUS, de reforço de cooperação na área da defesa.
Sem tomar partido sobre o assunto, em declarações à agência de notícias AP, o secretário-geral da NATO preferiu falar na coesão sobre os principais objetivos da aliança.
"Compreendo perfeitamente a desilusão da França. Ao mesmo tempo, os aliados da NATO concordam com o quadro geral sobre os desafios mais importantes, e nisto é que temos de nos manter unidos" para enfrentar desafios comuns, incluindo um equilíbrio de poder global em mudança, disse, à margem da Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque.
O responsável afirmou-se confiante que a França, o Reino Unido e os Estados Unidos "encontrarão um caminho para avançar e para não fazer com que este desacordo crie problemas duradouros para a aliança". "Porque todos nós vemos a necessidade de os aliados se manterem unidos e continuarem a modernizar e adaptar a NATO", acrescentou.
França tem repetidamente considerado o acordo como uma traição e os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia já expressaram solidariedade a França.
A Austrália argumenta que o acordo sobre os submarinos pretende proteger os seus interesses estratégicos no meio de uma ampla preocupação com a crescente assertividade da China.
O Reino Unido e os Estados Unidos insistiram que o caso não deveria abalar as suas relações globais com a França.
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