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"Sanções económicas são a nova forma de os EUA fazerem guerra"

O novo Presidente iraniano, Abrahim Raisi, considerou hoje que as sanções económicas que os Estados Unidos impõem a vários países, entre os quais o Irão, constituem a nova forma de Washington fazer a guerra.

"Sanções económicas são a nova forma de os EUA fazerem guerra"
Notícias ao Minuto

21:01 - 21/09/21 por Lusa

Mundo ONU

"As sanções são a nova forma de os Estados Unidos fazerem a guerra", afirmou Raisi ao intervir, por videoconferência, a partir de Teerão, nos trabalhos da Assembleia Geral da ONU.

Raisi, que prestou juramento como chefe de Estado iraniano em agosto, é um clérigo conservador e o ex-chefe do aparelho judiciário próximo do líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei. 

"O que se vê na nossa região hoje prova que não só que o hegemonista e a ideia de hegemonia fracassaram miseravelmente, mas também o projeto de imposição de identidade ocidentalizada", disse o Presidente iraniano, aproveitando para criticar os Estados Unidos e defender a identidade política islâmica do Irão.

"Hoje, os Estados Unidos e o Irão não conseguiram sair do Iraque e do Afeganistão. Foram expulsos. Hoje, o mundo não se preocupa com a 'América em primeiro lugar' ou com a 'América está de volta'", referiu, aludindo às palavras de ordem usadas pelo ex-Presidente norte-americano Donald Trump e pelo seu sucessor, Joe Biden, acrescentou. 

"Este ano, duas cenas fizeram história. Uma a 06 de janeiro, quando o Congresso dos Estados Unidos foi atacado pelo povo e outra em agosto, quando o povo do Afeganistão viu sair os aviões norte-americanos. Do Capitólio a Cabul, uma mensagem clara foi enviada a mundo: o sistema hegemónico dos Estados Unidos não tem credibilidade, dentro ou fora do país", afirmou. 

"Não apenas o sistema hegemónico, mas todo o projeto de impor a identidade ocidental fracassou miseravelmente", insistiu Raisi, que prometeu continuar a fazer esforços nas conversações com os Estados Unidos.

No entanto, adotou uma posição de "linha dura", descartando as negociações que visam limitar o desenvolvimento de mísseis iranianos e o apoio às milícias regionais, algo que a administração Biden deseja abordar. 

Biden já deixou claro o desejo de encontrar uma solução para salvar o acordo sobre o programa nuclear do Irão, negociado pela administração de Barack Obama.

Ainda assim, as negociações indiretas entre os Estados Unidos e o Irão estão suspensas, com Washington a manter as sanções económicas ao Irão.

"Os Estados Unidos continuam comprometidos em evitar que o Irão obtenha uma arma nuclear", afirmou hoje Biden, ao discursar também na Assembleia Geral da ONU.

Na sua intervenção, Raisi manifestou-se, no entanto, favorável à retoma das negociações para salvar o acordo nuclear, interrompidas desde que foi eleito, em junho, "desde que o objetivo final seeja o levantamento de todas as sanções opressivas".

As discussões indiretas em Viena entre iranianos e norte-americanos, por intermédio dos demais signatários do acordo de 2015 (Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia), possibilitaram 'avanços importantes na primavera.

Trump retirou os Estados Unidos do acordo em 2018 e restabeleceu as sanções cujo levantamento autorizara anteriormente.

As negociações visam definir quais as sanções que Washington deve suspender e de que forma o Irão deve parar os avanços nucleares. Washington alertou recentemente que, em breve, será tarde demais para salvar o acordo de 2015. 

Leia Também: Nuclear: Negociações serão retomadas "nas próximas semanas"

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