Líbano: UE saúda confirmação pelo Parlamento do Governo de Mikati
A União Europeia (UE) saudou hoje a confirmação, segunda-feira, pelo Parlamento, do novo Governo libanês liderado por Najib Mikati e encorajou-o a implementar reformas "urgentes e essenciais" para o país.
© Popow/ullstein bild via Getty Images
Mundo Líbano
"A União Europeia saúda a confirmação pelo Parlamento libanês do novo Governo liderado pelo primeiro-ministro Najib Mikati com um voto de confiança por uma grande maioria", declarou o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell.
"O programa anunciado pelo novo Governo prevê medidas importantes para lidar com as crises multifacetadas que o Líbano enfrenta, em particular a da retoma das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a implementação de reformas estruturais, em particular no setor elétrico, e a realização de as eleições de 2022 conforme planeado", sublinhou Borrell.
Para o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, "chegou a hora" de se iniciar o caminho para a recuperação "com a implementação confiável de reformas urgentes e essenciais para atender às necessidades e demandas do povo libanês".
"Todos os partidos políticos e respetivos líderes têm a responsabilidade de apoiar e contribuir ativamente para esses esforços", alertou.
Mergulhado numa crise económica sem precedentes - descrita pelo Banco Mundial (BM) como uma das piores do mundo desde 1850 -, o Líbano conseguiu formar um novo Governo em 10 de setembro, após 13 meses de intermináveis negociações políticas e um vazio que agravou a crise.
O Líbano, onde o movimento armado pró-iraniano Hezbollah tem uma grande influência, estava sem Governo desde a renúncia do gabinete de Hassan Diab na sequência da devastadora explosão no porto de Beirute, a 04 de agosto de 2020, que fez mais de 200 mortos e arrasou bairros inteiros da capital.
Segunda-feira, o Parlamento libanês avalizou o novo Governo, de 24 membros, cuja principal missão será impedir o colapso de um país na pior crise económica da sua história.
Depois de examinar o plano de ação do Governo, numa sessão "maratona" de oito horas, 85 deputados votaram a favor do novo executivo, tendo 15 votado contra, segundo a contagem feita pelo presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri.
Grande parte da população acusa a classe política de "corrupção" e de "incompetência", considerando ser essa a origem do colapso financeiro do país.
As autoridades são, na sua maioria, acusadas de clientelismo e de desvio de fundos no setor elétrico, que custou ao Estado mais de 40.000 milhões de dólares (34.120 milhões de euros) desde o fim da guerra civil, em 1990.
Entre os inúmeros desafios, o novo Governo terá de chegar rapidamente a um acordo com o FMI, passo essencial para uma saída da crise.
No discurso no Parlamento, Mikati comprometeu-se a retomar as negociações com a instituição e a "desenvolver um plano para reanimar a economia".
O novo gabinete terá também de preparar o terreno para as eleições legislativas, marcadas para maio de 2022.
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