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França cancela festa após pacto entre Reino Unido, EUA e Austrália

As autoridades francesas cancelaram quinta-feira a festa de aniversário de uma batalha naval decisiva da Guerra da Independência dos Estados da América (EUA), em Washington, confirmou a embaixada francesa, após acordo de defesa para a região do Indo-Pacífico.

França cancela festa após pacto entre Reino Unido, EUA e Austrália
Notícias ao Minuto

06:25 - 17/09/21 por Lusa

Mundo EUA

A atitude de França surge depois de ter considerado o acordo entre Washington e Camberra sobre Defesa "brutal" e feito "ao estilo de Trump", lamentando que o novo tratado conduza ao cancelamento do contrato de fornecimento de submarinos franceses à Austrália.

A comemoração do aniversário de uma batalha naval decisiva da Guerra da Independência dos EUA, concluída com a vitória da frota francesa sobre a britânica, em 05 de setembro de 1781, estava agendada para a noite de sexta-feira na residência do embaixador francês em Washington.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na noite de quarta-feira uma parceria estratégica com o Reino Unido e a Austrália, fornecendo submarinos com propulsão nuclear para Camberra, o que expulsou os franceses da jogada.

O pacto provocou mal-estar em Paris, tendo o ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, denunciado "uma facada nas costas".

Todavia, Joe Biden vai manter contactos de alto nível com a França para tentar aclamar as coisas, depois do anúncio da parceira entre os três países, que pode pôr em causa um contrato sobre Defesa entre Paris e Camberra.

A informação foi adiantada hoje pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em conferência de imprensa, onde explicou que a França foi informada com antecedência sobre o pacto divulgado na noite de quarta-feira.

Os EUA, Austrália e Reino Unido anunciaram um ambicioso acordo de defesa com o objetivo de enfrentar a China no Indo-Pacífico, que vai incluir o desenvolvimento de submarinos nucleares para a Austrália.

O acordo, denominado AUKUS (as siglas dos três países anglo-saxónicos), visa fortalecer a cooperação trilateral de tecnologia de defesa avançada, como a Inteligência Artificial, sistemas subaquáticos e vigilância de longa distância.

O pacto pode resultar no cancelamento de outro acordo que a Austrália já havia assinado coma França, que engloba a construção de 12 submarinos, de acordo com o diário australiano Sydney Morning Herald.

Questionada sobre o cancelamento da festa de aniversário de uma batalha naval decisiva da Guerra da Independência dos EUA, Psaki destacou que o governo norte-americano valoriza as relações com a França em várias áreas, como a economia, o combate à pandemia e defesa global.

"Vou, claro, deixar que os nossos parceiros australianos expliquem por que procuraram esta nova tecnologia nos Estados Unidos", disse Psaki, salientando que parte do problema acontece, porque a Austrália se comprometeu a comprar tecnologia à França.

Psaki enfatizou que os EUA partilharam com a França várias prioridades na região do Indo-Pacífico e que continuarão a fazê-lo.

"Não vemos isto como uma divisão regional, vemos isto como áreas de defesa e questões de segurança que queremos abordar juntos", disse.

No entanto, o pacto de defesa assinado pela Austrália, Reino Unido e EUA vai permitir a Washington reforçar a sua presença militar em território australiano e aí estabelecer bases logísticas, indicou hoje o ministro da Defesa australiano, Peter Dutton.

"O meu desejo é ter a certeza de que podemos aumentar os números [de militares] numa base rotativa. As nossas capacidades aéreas vão ser fortalecidas, as nossas capacidades marítimas vão ser fortalecidas e a postura militar certamente também", afirmou Peter Dutton.

Os militares norte-americanos já têm uma presença não permanente em Darwin, no norte da Austrália, onde cerca de 2.500 soldados do Corpo de Fuzileiros Navais são destacados todos os anos para exercícios, num esquema rotativo.

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