EUA e França contradizem-se sobre contratos de submarinos australianos
Os EUA afirmaram hoje ter mantido contactos prévios com a França antes do anúncio de uma nova aliança entre Washington, Camberra e Londres que permitirá à Austrália dotar-se de submarinos de propulsão nuclear de tecnologia norte-americana, mas Paris desmentiu.
© Shutter Stock
Mundo Submarinos
"Altos responsáveis da administração norte-americana mantiveram contacto com os seus homólogos franceses para discutir o 'AUKUS' [a designação da nova parceria], incluindo antes do anúncio", declarou à agência noticiosa AFP um alto responsável da Casa Branca.
No entanto, a França desmentiu firmemente esta afirmação.
"Não fomos informados deste projeto antes da publicação das primeiras informações na imprensa americana e australiana, que precederam em algumas horas o anúncio oficial do [Presidente] Joe Biden", declarou à AFP Pascal Confavreux, porta-voz da embaixada de França em Washington.
Paris não tem deixado de se insurgir contra este projeto, que torpedeia uma enorme encomenda de submarinos da Austrália à França, com reações muito fortes dirigidas em simultâneo a Camberra, acusada de ter traído a palavra dada, e ao Presidente norte-americano Joe Biden.
"Esta decisão unilateral, brutal, imprevisível, recorda em muito o que fazia [Donald] Trump", o ex-Presidente dos EUA, indignou-se o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, em declarações à rádio France Info.
"Como ontem [na quarta-feira] referiu o Presidente [Biden], cooperámos estreitamente com a França a propósito das nossas prioridades comuns no Indo-Pacífico e continuaremos a fazê-lo", disse um alto responsável da Casa Branca sob a cobertura do anonimato.
"A nossa administração concentra-se no objetivo de reanimar as alianças e parcerias com o objetivo de promover uma ordem internacional baseada no respeito das regras comuns. Isso significa em simultâneo o reforço das nossas ligações de longa data, incluindo com os nossos aliados da NATO e União Europeia, e trabalhar em novas configurações", acrescentou.
Os Estados Unidos, que tentam reforçar em todos os planos as suas alianças face à China, anunciaram na quarta-feira com a Austrália e o Reino Unido uma ampla parceria de segurança na zona Indo-Pacífico, que incluirá a entrega de submarinos de propulsão nuclear a Camberra.
Em consequência, a França vê escapar um contrato de 90 mil milhões de dólares australianos (56 mil milhões de euros) para fornecer à Austrália 12 submarinos de propulsão convencional.
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