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Borrell rejeita "dramatizar" pacto entre EUA, Austrália e Reino Unido

O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa rejeitou hoje "dramatizar" o pacto de defesa celebrado pelos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido para a região Indo-Pacífico, mas lamentou não ter feito parte das conversações.

Borrell rejeita "dramatizar" pacto entre EUA, Austrália e Reino Unido
Notícias ao Minuto

14:28 - 16/09/21 por Lusa

Mundo UE

"Não vamos dramatizar, não vamos colocar tudo em questão", reagiu Josep Borrell, falando em conferência de imprensa na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas.

Questionado pelos jornalistas sobre o pacto de defesa celebrado entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, o chefe da diplomacia insistiu que a UE "não foi informada e não está a par do que este acordo significa".

"Lamentamos não ter sido informados e não termos feito parte destas conversações, mas o tempo há de chegar e, por isso, não vamos dramatizar e não vamos pôr em questão a nossa relação com os Estados Unidos, que tem vindo a melhorar bastante com a nova administração [norte-americana]", adiantou Josep Borrell.

O Alto Representante da UE para a Política Externa falava precisamente na apresentação de uma estratégia para o Indo-Pacífico, com a qual Bruxelas pretende ganhar peso na região, impulsionando o comércio e a cooperação com os países da região, mas também promovendo a segurança com uma maior presença naval.

Os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciaram na quarta-feira um pacto de Defesa destinado a enfrentar a República Popular da China na região Indo-Pacífico.

O pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo saxónicos) tem como objetivo reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a Inteligência Artificial, sistemas submarinos e vigilância em longa distância.

Uma primeira consequência foi o cancelamento, pela Austrália de um contrato com a França para o fornecimento de submarinos convencionais e a intenção de desenvolver submarinos nucleares em coordenação com os seus novos aliados, o que já originou protestos e críticas de Paris.

Também reagindo ao AUKUS através da sua conta oficial da rede social Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou que este pacto "demonstra ainda mais a necessidade de uma abordagem comum da UE numa região de interesse estratégico".

"Mais do que nunca, é necessária uma estratégia forte da UE para o Indo-Pacífico e, por isso, saúdo a apresentação de hoje de Josep Borrell", acrescentou Charles Michel, notando que o tema estará em cima da mesa na cimeira de líderes de outubro.

Ainda antes da apresentação desta estratégia, o porta-voz de Josep Borrell informou à imprensa que a UE "não foi informada" sobre este pacto para a região Indo-Pacífico, pretendendo agora "analisar as suas repercussões".

Questionado sobre o pacto na conferência de imprensa diária, o porta-voz para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano, sublinhou que "a UE não foi informada sobre este projeto", salientando estarem a ser feitos "contactos para melhor conhecer esta aliança".

"Vai ser feita uma análise da situação e das repercussões desta aliança", salientou Stano, acrescentando que haverá oportunidade para o Conselho da UE a debater na próxima reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, agendada para 18 de outubro no Luxemburgo.

Leia Também: Líbano: Borrell saúda acordo de governo e pede aplicação de reformas

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