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Al-Qaida poderá voltar a usar solo afegão para planear ataques aos EUA

O secretário de Estado Antony Blinken procurou hoje limitar críticas à retirada militar do Afeganistão, divulgando estimativas dos serviços secretos a avisarem que a Al-Qaida poderá voltar a usar o solo afegão para planear ataques aos EUA.

Al-Qaida poderá voltar a usar solo afegão para planear ataques aos EUA
Notícias ao Minuto

06:12 - 15/09/21 por Lusa

Mundo Antony Blinken

Antóny Blinken obteve resultados mistos na tentativa de enfrentar um segundo dia de duras interrogações no Congresso, desta vez na Comissão de Relações Exteriores do Senado

Um dia antes, perante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, o secretário de Estado norte-americano foi atacado por congressistas democratas e republicanos por causa da preparação e tratamento da retirada militar do Afeganistão por parte da administração de Joe Biden.

Mesmo os congressistas simpatizantes com a decisão do Presidente norte-americano, Joe Biden, de pôr fim à guerra mais longa da América, ao retirarem-se do Afeganistão após 20 anos, expressaram desilusão e preocupação com o grande número de norte-americanos, residentes legais, e afegãos em risco deixados para trás na retirada caótica e precipitada de Cabul.

E, como Blinken testemunhou apenas três dias após o 20º aniversário do 11 de setembro de 2001 - ataques terroristas que levaram à invasão dos EUA do Afeganistão -, os serviços secretos apresentaram uma avaliação sombria de que a Al-Qaida poderia começar a usar o território afegão para ameaçar a América dentro de um a dois anos, refere a Associated Press (AP).

"A execução da retirada dos EUA foi clara e fatalmente falhada", disse o presidente da comissão, o senador Bob Menendez, que tem apoiado geralmente a política externa de Biden, mas que tem posto em causa vários dos seus aspetos, incluindo o Afeganistão.

Bob Menendez disse que a comissão espera receber uma explicação completa das decisões da administração Biden sobre o Afeganistão desde que entrou em funções em janeiro passado", sublinhando que "tem de haver responsabilidade."

"A retirada foi um fracasso sombrio", disse, por seu turno, o senador Jim Risch, do Idaho, o principal republicano da comissão.

Rish e praticamente todos os seus colegas republicanos acusaram a administração de "inaptidão", afirmando que custou credibilidade internacional aos Estados Unidos, levou a um ataque mortal às tropas norte-americanas e aos civis afegãos no aeroporto de Cabul e deixou muitos na mão.

Tal como fez na audição de segunda-feira, Blinken tentou desviar as críticas e sustentou que a administração tinha feito o melhor que pôde em circunstâncias extremamente difíceis e caóticas.

Blinken voltou a culpar a administração Trump pelo seu acordo de paz de fevereiro de 2020 com os talibãs, que disse ter amarrado as mãos de Biden, bem como o rápido e inesperado colapso do Governo afegão e das forças de segurança que levaram à tomada de posse dos talibãs em 15 de agosto.

"Mesmo as avaliações mais pessimistas não previram que as forças governamentais em Cabul entrariam em colapso, enquanto as forças norte-americanas permanecessem", disse.

"Estavam focados no que aconteceria depois da retirada dos Estados Unidos, a partir de setembro", salientou o governante.

Blinken disse que a administração manteria as suas promessas de não permitir que o Afeganistão fosse novamente usado como base para ataques terroristas.

Mas enquanto falava, os serviços secretos norte-americanos disseram que a Al-Qaida pode estar a apenas 12 a 24 meses de se reconstituir no Afeganistão para representar uma ameaça significativa para os Estados Unidos.

O tenente-general Scott Berrier, que lidera a Agência de Inteligência da Defesa, deu essa estimativa enquanto falava na Cimeira de Inteligência e Segurança Nacional.

Entretanto, David Cohen, diretor-adjunto da Agência Central de Inteligência, disse que os EUA já tinham detetado "algumas indicações de algum potencial movimento da Al-Qaida para o Afeganistão".

Os peritos há muito que dizem que os talibãs ainda mantêm laços com a Al-Qaida, que se refugiou no Afeganistão antes do 11 de setembro.

Embora Blinken não tenha sido questionado diretamente sobre as avaliações dos serviços secretos, disse que os talibãs não tinham cortado totalmente as suas ligações com o grupo.

O senador republicano do Texas Ted Cruz, um veemente opositor de numerosas políticas de Biden, classificou a retirada como "a pior catástrofe da política externa numa geração" e acusou a administração de ser ingénua na esperança de que os talibãs cumpram as suas promessas de moderação.

"Eles não querem ser recebidos na comunidade de nações civilizadas", disse.

"Isto foi um fracasso da política e do planeamento", acrescentou Rubio, outro crítico frequente de Biden. "Penso que a China, a Rússia e o Irão olham para esta retirada falhada e para o que veem como incompetência que pensam poder explorar", vincou.

Leia Também: Blinken critica postura de republicanos em relação a acordo com talibãs

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