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Farto de promessas, diretor da OMS exige ação na distribuição de vacinas

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que tem havido "muita conversa" sobre a distribuição equitativa de vacinas no mundo, contra a covid-19, mas "muita pouca" ação.

Farto de promessas, diretor da OMS exige ação na distribuição de vacinas
Notícias ao Minuto

15:48 - 14/09/21 por Lusa

Mundo Tedros Adhanom Ghebreyesus

"Não queremos desculpas, não queremos promessas, queremos vacinas", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus ao intervir, através de uma mensagem de vídeo, num debate promovido pela Amnistia Internacional, à margem da 48.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O responsável da OMS frisou que a organização foi fundada com base na ideia de que a saúde é um direito humano. "E no entanto aqui estamos, no meio de uma pandemia e com milhões de pessoas sem acesso às vacinas que podem levar ao fim deste pesadelo mundial", lamentou.

"As pessoas estão a morrer, quando não deviam estar. Tem havido muita conversa sobre a vacinação equitativa, mas muito pouca ação", criticou o dirigente.

Tedros Adhanom Ghebreyesus recordou que os países desenvolvidos prometeram doar mais do que mil milhões de doses de vacinas, mas que muito menos de 25% dessas doses foram materializadas, não estando a ser cumpridas as promessas para priorizar o mecanismo Covax nos territórios menos desenvolvidos.

"Os países e as empresas que controlam o fornecimento global de vacinas parecem pensar que o resto do mundo deve contentar-se com sobras", acrescentou o médico.

No mesmo sentido, a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard, deixou um apelo para a ação dos governos e das comunidades. "As pessoas estão a morrer à frente dos nossos olhos", disse.

A secretária-geral criticou as companhias farmacêuticas por não partilharem o conhecimento sobre a conceção das vacinas, priorizando o lucro, enquanto o Covax não tem vacinas suficientes para distribuir.

"Dezenas de milhares de pessoas estão a morrer todas as semanas. Estamos a ser cúmplices de uma violação em massa dos direitos humanos", defendeu, acrescentando que a pandemia está longe do fim e que apesar de todos saberem qual é a solução, "todos parecem paralisados".

Agnès Callamard instou os governos e as empresas farmacêuticas a reverterem "o escândalo da desigualdade" da distribuição de vacinas no mundo.

A Amnistia Internacional considera que os Estados e as empresas farmacêuticas abandonaram os seus compromissos no combate à covid-19, pelo que tem em curso campanhas para exigir ação dos governos e das empresas, com envolvimento dos cidadãos.

A covid-19 provocou pelo menos 4.636.530 mortes em todo o mundo, entre mais de 225,18 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

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