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Blinken critica postura de republicanos em relação a acordo com talibãs

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou hoje a postura dos republicanos em relação à retirada militar do Afeganistão, salientando que Joe Biden herdou um acordo com os talibãs para terminar a guerra, mas nenhum plano para executá-lo.

Blinken critica postura de republicanos em relação a acordo com talibãs
Notícias ao Minuto

07:00 - 14/09/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Numa comissão de Relações Internacionais da Câmara dos Representantes, Antony Blinken procurou hoje apaziguar as críticas de congressistas republicanos sobre a resposta do governo dos Estados Unidos da América (EUA) ao rápido colapso do Executivo afegão e, mais especificamente, as ações do Departamento de Estado para retirar os norte-americanos e aliados.

Blinken repetiu os pontos de discussão da Casa Branca, culpando a Administração Trump pela situação que Joe Biden herdou, enquanto os republicanos consideraram a retirada "um desastre" e "uma desgraça".

Alguns democratas admitiram que a operação de retirada de norte-americanos e aliados poderia ter sido mais bem conduzida, mas muitos usaram o seu tempo para criticar o antigo Presidente Donald Trump.

"Mesmo as avaliações mais pessimistas não previam que as forças daquele governo em Cabul entrariam em colapso, enquanto as forças dos EUA lá estiveram", escreveu Antony Blinken antes de aparecer na comissão no Congresso.

O secretário de Estado dos EUA defendeu o esforço do processo de evacuação, voltando a dizer que foi um sucesso, apesar das probabilidades quase insuperáveis.

"A evacuação foi um esforço extraordinário -- nas condições mais difíceis imagináveis -- por parte dos nossos diplomatas, militares e profissionais de inteligência. No fim, concluímos uma das maiores transportações aéreas da história, com 124 mil pessoas retiradas para um lugar seguro", acrescentou.

Antony Blinken começou hoje ser questionado num interrogatório de dois dias, que, em primeira instância, acontece perante a comissão de Relações Internacionais da Câmara dos Representantes.

O Departamento de Estado tem vindo a sofrer fortes críticas do Partido Republicano por não fazer o suficiente e agir com rapidez para retirar os cidadãos norte-americanos, residentes legais e afegãos em risco, depois de os talibãs terem assumido o controlo de Cabul em 15 de agosto.

"Foi um desastre absoluto com proporções épicas", realçou o congressista republicano Michael McCaul, do Texas, considerando que a retirada foi abrupta e "encorajou os talibãs" e outros adversários dos EUA. "Posso resumir isto numa palavra: traição", salientou.

O republicado Steve Chabot, do Ohio, foi ainda mais direto nas críticas.

"Isto é uma vergonha", disse.

Por seu lado, o presidente da comissão, o congressista de Nova Iorque Gregory Meeks, pediu aos seus colegas que mantivessem o discurso político em vez da crítica, reconhecendo, ainda assim, que houve problemas.

"As coisas poderiam ter sido feitas de forma diferente? Com certeza", frisou.

Já o congressista Adam Kinzinger, do Illinois, que foi condenado à expulsão do partido por muitos após críticas a Donald Trump, culpou Joe Biden e o antigo Presidente dos EUA pela situação no Afeganistão.

"A Administração Trump falhou na organização e a Administração Biden falhou na execução", disse.

Antes do interrogatório, o Comité Nacional Republicano divulgou hoje um comunicado com a manchete "Fire Blinken", exigindo que o secretário de Estado fosse responsabilizado pelo que descreveu como uma série de asneiras.

"O tratamento desastroso de Blinken no Afeganistão e a fraca liderança colocam as vidas norte-americanas em perigo, incluindo as vidas de norte-americanos retidos nos Afeganistão", sustentaram os republicanos.

No primeiro dos dias de interrogatório no Congresso, Antony Blinken tentou desviar com calma as acusações, observando que a Administração Biden herdou um acordo de paz EUA-talibãs do seu antecessor, com um programa fraco de concessão de vistos para os afegãos que trabalharam com as forças norte-americanas.

Leia Também: EUA querem coordenar esforços internacionais para lidar com talibãs

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