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Governo são-tomense recusa plantação de canábis por falta de segurança

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe garantiu hoje que durante o seu Governo não avançará o projeto de plantação de canábis, afirmando que o país não dispõe das condições de segurança necessárias.

Governo são-tomense recusa plantação de canábis por falta de segurança
Notícias ao Minuto

11:00 - 11/09/21 por Lusa

Mundo São Tomé e Príncipe

"Eu quero ser muito franco. Este governo não vai a tempo. Por isso eu não vou assumir a produção de canábis. Neste governo não vai acontecer de certeza", comentou Jorge Bom Jesus, em entrevista à agência Lusa na capital são-tomense.

"Eu tenho um ano de governação. Não vou assumir um dossiê extremamente polémico, extremamente politizado, mas também um dossiê que, para acontecer, nós temos que ter o respaldo da legislação, que não existe", adiantou, acrescentando que é preciso também "perguntar aos são-tomenses se é isto que querem".

O chefe do Governo acrescentou que "neste momento as condições [de segurança] não estão criadas para que se possa desenvolver um projeto de produção de canábis em São Tomé e Príncipe, não obstante as virtudes de que falam da canábis na sua versão medicinal".

"Por isso, eu não sou aventureiro e quero ser muito claro. Terei sensivelmente um pouco mais de 12 meses para trabalhar, vou ter que eleger algumas áreas de intervenção nos próximos tempos e a canábis não está nesta lista da intervenção deste Governo", insistiu.

A eventual plantação de canábis para fins medicinais dividiu o executivo de Jorge Bom Jesus, com o ministro da Agricultura, do Partido da Convergência Democrática (PCD), a defender o projeto, enquanto o seu parceiro de coligação, Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata, se demarcou e exigiu explicações ao Governo liderado pelo presidente do partido.

Em julho, o presidente da Assembleia Nacional são-tomense, Delfim Neves, e membro do PCD, afirmou-se "categoricamente contra" o projeto de plantação de canábis no país, atualmente em análise pelo Governo, e negou que tenha recebido qualquer dinheiro relacionado com este processo, algo de que tinha sido acusado durante a campanha para as eleições presidenciais, a que concorreu.

Sobre outros grandes projetos previstos para o país, Jorge Bom Jesus disse hoje que a ampliação da pista do aeroporto da capital são-tomense e remodelação das instalações, que envolve a China, é o que está mais adiantado e pode avançar antes do fim do seu mandato, previsto para outubro de 2022.

"São Tomé e Príncipe, enquanto ilha, precisa de sair pelo ar e de criar condições possivelmente para se transformar num 'hub', aqui ao nível do Golfo da Guiné e aproveitando a sua posição geoestratégica", referiu o chefe do executivo.

A construção de portos é outra das prioridades e atualmente há um projeto, com um consórcio ganês, para construção, na ilha de São Tomé, de um porto de acostagem, em Fernão Dias, onde os navios possam descarregar as mercadorias, já que atualmente têm de ficar ao largo, e a reabilitação do porto de Ana Chaves, o atual porto da capital são-tomense.

Já na ilha do Príncipe, o primeiro-ministro destacou a importância de um porto para o desenvolvimento daquela região.

A nível do turismo, o Governo está "a determinar a concessão da zona sul", no projeto conhecido como zona franca de Malanza, no distrito de Caué, o mais extenso e mais pobre do país, cujo desenvolvimento é reclamado pelas populações.

"Temos muita expectativa, muita esperança neste promotor para que depois ele possa trazer empresas que possam desenvolver projetos em várias áreas", salientou.

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