Removido último monumento confederado em Richmond
A estátua do general Robert E. Lee foi removida perante os festejos de quem assistia. Era um de seis monumentos que simbolizavam o poder branco na principal avenida da antiga capital da Confederação.
© Getty Images
Mundo Estados Unidos
Os habitantes de Richmond, a capital do estado da Virgínia, testemunharam esta quarta-feira um momento histórico. A estátua do general Robert E. Lee, um dos maiores monumentos confederados dos Estados Unidos, foi removida, refere o The New York Times.
A estátua de Lee foi erigida em 1890 e foi o primeiro de seis monumentos confederados que pontuavam a principal avenida de Richmond, a antiga capital da Confederação – composta por 11 estados do sul que defendiam o esclavagismo.
Durante anos os seis monumentos mantiveram-se intocáveis, resistiram a protestos contra o simbolismo do poder branco que emanavam, mas após as manifestações desencadeadas pela morte de George Floyd, os monumentos confederados de Richmond foram retirados. Apenas a estátua de Robert E. Lee permaneceu no seu pedestal, devido a um complexo estatuto legal. Até hoje.
Na semana passada, o Supremo Tribunal da Virgínia abriu caminho para a remoção da estátua. Esta segunda-feira, o governador da Virgínia, Ralph Northam, que no passado já se tinha mostrado favorável à remoção da estátua, anunciou que isso iria acontecer.
Esta manhã, a estátua do general da Confederação foi içada do pedestal e removida perante as celebrações de quem assistia. Para algumas pessoas, foi um momento particularmente emocionante.
“Como um nativo de Richmond, quero dizer que a cabeça da cobra foi cortada”, disse Gary Flowers, um ativista dos direitos civis, que presenciou os trabalhos de remoção da estátua. Flowers revelou que planeava dizer a fotografias de familiares que já morreram que “a humilhação, agonia e dor que sofreram foi parcialmente levantada”.
Mesmo residentes de Richmond, como Irv Cantor, que não concordaram em anos anteriores com a remoção dos monumentos, admitem que foi a decisão certa.
“Eu evoluí. Pensei ingenuamente que podíamos manter as estátuas e acrescentar estátuas novas para mostrar a história verdadeira, e tudo ficaria bem”, afirmou. Os protestos do verão passado, após a morte de George Floyd, mostraram-lhe que os monumentos eram um símbolo da injustiça nos Estados Unidos.
“Agora compreendo o ressentimento que as pessoas têm por estes monumentos. Penso que não podem continuar a existir”, frisou Cantor.
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