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São Tomé: Presidente eleito agradece conselhos de Marcelo sobre humildade

O Presidente eleito de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, ouviu do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, alguns conselhos, nomeadamente o de se manter humilde e em contacto com o povo, relatou o próprio à Lusa.

São Tomé: Presidente eleito agradece conselhos de Marcelo sobre humildade
Notícias ao Minuto

07:01 - 08/09/21 por Lusa

Mundo São Tomé

Em entrevista à Lusa, o futuro Presidente são-tomense, eleito no domingo passado, relatou que, no dia seguinte, teve "o grande prazer" de falar por telefone com o chefe de Estado português.

"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa habituou o mundo lusófono sobretudo a uma forma de estar que é peculiar, e aos portugueses também", disse.

Vila Nova relatou ter recebido alguns conselhos: "Que eu continue uma pessoa humilde, que seja uma pessoa capaz de continuar a ter o povo em primeira linha e que acha que eu conseguirei de fazer um bom trabalho para o meu país".

O chefe de Estado afirmou-se "muito feliz" por Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que "tudo fará" para estar na cerimónia de empossamento, prevista para dia 29 de setembro.

"Eu acho que será um grande momento e nesta altura terei ocasião de pessoalmente estar com o Presidente português", comentou.

Segundo uma nota divulgada na segunda-feira na página da Presidência, o chefe de Estado português transmitiu a Carlos Vila Nova "votos de sucesso, bem como de desenvolvimento e aprofundamento das relações entre Portugal e São Tomé e Príncipe" e "indicou também que tenciona estar presente na cerimónia de posse em São Tomé", numa conversa telefónica.

"Eu vejo o papel do Presidente como um papel muito pedagógico e um papel muito virado para as pessoas, preocupar-se com as pessoas e estar com elas e o estar com elas também quer dizer acompanhar o bom funcionamento das instituições", sublinhou.

O próximo Presidente são-tomense afirma ter constatado, durante a campanha eleitoral, que a população sente "falta de afeto", e que se sentiu "marcado" pelos pedidos das pessoas para que fosse presente durante o exercício do seu mandato.

"Tudo farei de facto para aparecer e eu tenho quase certeza que aparecerei muitas vezes assim [sem anunciar] para estar com as pessoas, porque sinto-me bem com elas", comentou.

Sobre a cooperação entre Portugal e São Tomé e Príncipe, recordou que as relações bilaterais são históricas e defendeu que "há muitas outras [áreas] a explorar".

"Hoje, a diplomacia faz-se de diversas formas, fala-se muito na diplomacia económica, mas ela só é importante quando é baseada num conceito 'win win'. Temos que encontrar uma forma de receber, dar retorno, partilhar e fazermos melhorias para os dois países", sustentou.

Questionado se espera ter a presença do líder do seu partido e antigo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, na cerimónia de posse, defendeu que "os direitos e liberdades individuais e coletivas têm que ser garantidos" e isso é "papel do Estado".

"Se tiver que intervir para velar por isso é claro que eu intervirei, por ele e por todos como ele", garantiu.

Patrice Trovoada ausentou-se do país após as eleições legislativas de outubro de 2018, que venceu, mas sem conseguir formar Governo, e nunca mais regressou, alegando falta de garantias de segurança, após um ex-ministro do seu executivo ter sido detido durante cerca de três meses, sem acusação, e de o próprio Vila Nova ter sido impedido pela justiça de sair do país, também sem acusação.

Apesar de ausente do país, o antigo primeiro-ministro foi visado na campanha presidencial, com os adversários a relacionarem a eleição de Vila Nova com um eventual regresso de Patrice Trovoada ao país.

Carlos Vila Nova foi eleito no domingo Presidente de São Tomé e Príncipe, à segunda volta, com 57,54%, com um total de 45.481 votos, indicam resultados provisórios divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional na madrugada de segunda-feira. O seu adversário, Guilherme Posser da Costa, apoiado pelos partidos da chamada 'nova maioria', obteve 42,46% da votação, com um total de 33.557 votos.

Empresário do setor do turismo e antigo ministro de governos liderados por Patrice Trovoada (Ação Democrática Independente, atualmente na oposição), Vila Nova será o quinto Presidente são-tomense, sucedendo a Evaristo Carvalho, que realizou apenas um mandato.

Leia Também: São Tomé: Partidos governamentais prometem colaborar com Carlos Vila Nova

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