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Uganda. Académico preso por espionagem libertado após intervenção do PR

O académico do Uganda Lawrence Muganga foi libertado, um dia após a sua detenção, sob suspeitas de "espionagem" após uma intervenção direta do presidente ugandês Yoweri Museveni, noticiou hoje a agência France-Presse (AFP).

Uganda. Académico preso por espionagem libertado após intervenção do PR
Notícias ao Minuto

11:48 - 04/09/21 por Lusa

Mundo Uganda

Lawrence Muganga, 45 anos, vice-reitor da universidade privada Victoria, foi libertado na sexta-feira, disse o conhecido empresário Frank Gashumba, que disse que ele mesmo entrou em contacto com o Presidente Museveni sobre a prisão do seu amigo.

O conhecido académico tinha sido "preso pelas forças de segurança conjuntas por espionagem e permanência ilegal no país", disse a porta-voz do exército Flavia Byekwaso, na quinta-feira.

O Presidente Museveni, explicou Frank Gashumba, ficou "chocado" com o anúncio da prisão de Lawrence Muganga e ordenou a sua libertação imediata.

As autoridades de Uganda não confirmaram, no entanto, ainda a sua libertação, refere a AFP.

Lawrence Muganga foi preso em plena luz do dia no edifício principal da instituição universitária, localizada numa das principais ruas da capital, Campala.

Um vídeo amador publicado nas redes sociais na altura da detenção mostrava, segundo a AFP, homens armados a levarem um homem identificado como Mugang, para numa carrinha conhecida como 'drone' no Uganda, associada ao transporte de opositores governamentais por parte das autoridades.

Em reação aos comentários sobre o académico, a porta-voz do Exército, Flavia Byekwaso, apontou que as alegações de que Muganga tinha sido raptado são "falsas".

Muganga, que nasceu no Uganda e tem origem étnica ruandesa (banyarwanda), tem sido um porta-voz desta comunidade que vive em território ugandês.

O académico criticou a "marginalização" pelo executivo ugandês, que se recusa a emitir cartões de identificação aos membros desta etnia por serem vistos como estrangeiros.

Frank Gashumba apoiou a campanha, dizendo que os membros deste grupo étnico estão a ser "desumanizados" no Uganda.

"A forma violenta e pesada como Lawrence Muganga foi raptado e desonrado em plena luz do dia em circunstâncias ainda pouco claras deixa muito a desejar e muitas perguntas por responder", escreveu Gashumba na sua página na rede social Facebook.

A família de Muganga fugiu para um campo de refugiados no Uganda depois de deixar o Ruanda durante assassínios étnicos em massa no final da década de 1950, segundo a livraria e editora americana Barnes & Noble.

A Universidade Victoria é propriedade de Sudhir Ruparelia, considerado em 2019, pela revista Forbes, como o homem mais rico do Uganda e um dos mais ricos da África Oriental.

De acordo com o portal da universidade, Muganga estudou na Universidade de Harvard e obteve um doutoramento pela Universidade de Alberta, no Canadá.

Leia Também: Meia centena de refugiados acolhidos no Uganda a pedido dos EUA

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