Acordo nuclear: Negociações pouco prováveis antes de 2 a 3 meses
As discussões iniciadas em abril em Viena para tentar salvar o acordo internacional sobre o nuclear iraniano não deverão recomeçar antes de dois ou três meses, segundo Teerão.
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Mundo Irão
Patrocinadas pela União Europeia, as negociações visam reintegrar os Estados Unidos no pacto, denunciado em maio de 2018 pelo ex-Presidente norte-americano Donald Trump, e fazer com que o Irão volte a cumprir integralmente os compromissos internacionais relativos ao seu programa nuclear.
As negociações foram suspensas em 20 de junho, dois dias após a vitória do ultraconservador Ebrahim Raissi para a presidência da República Islâmica e ainda não foi anunciada qualquer data para o seu recomeço.
"Não estamos a tentar fugir da mesa de negociações", mas "a outra parte sabe muito bem que é necessário um processo de dois a três meses para estabelecer o novo governo e tomar qualquer decisão", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano numa entrevista divulgada na terça-feira à noite pela televisão estatal.
Hossein Amir Abdollahian assegurou que as discussões em Viena são "uma das questões na agenda da política externa e do governo" do Irão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, pediu hoje ao seu homólogo iraniano uma "retoma imediata" das negociações sobre o nuclear.
"O ministro sublinhou a importância e a urgência de uma retoma imediata das negociações, suspensas pelo Irão desde o mês de junho", declarou um porta-voz adjunto do Quai d'Orsay, após uma conversa telefónica entre os chefes da diplomacia dos dois países.
O acordo de Viena ofereceu ao Irão um levantamento das sanções ocidentais em troca do seu compromisso de não tentar obter a arma atómica e de uma redução drástica das suas atividades nucleares.
Quando abandonou o acordo, Washington restabeleceu severas sanções à República Islâmica e esta em represália tem vindo desde 2019 a romper com a maioria dos seus compromissos no pacto. O Presidente norte-americano, Joe Biden, pretende que o país regresse ao acordo.
As discussões em Viena envolvem o Irão e os restantes cinco Estados signatários do acordo de 2015 (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia). Os Estados Unidos participam indiretamente.
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