Filho de ex-Presidente Guebuza afasta relação com oficiais da "secreta"
Armando Ndambi, filho do ex-presidente moçambicano Armando Guebuza, afastou hoje qualquer relação pessoal com os oficiais da "secreta" moçambicana, também arguidos no processo, acusados de terem recebido subornos alimentados pelas dívidas ocultas.
© Lusa
Mundo Moçambique/Dívidas
Ndambi disse, com um lacónico "não", que não conhece pessoalmente o ex-diretor-geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado do (SISE), Gregório Leão, nem o ex-diretor da Inteligência Económica da instituição, António Carlos do Rosário, ou o ex-diretor de Estudos e Projetos, Cipriano Mutota.
"Acredito que a primeira vez que conversei com ele [Gregório Leão] foi agora que estamos presos no Língamo [estabelecimento prisional na província de Maputo]", declarou o filho mais velho de Armando Guebuza.
Ndambi negou igualmente ter tido conhecimento do projeto de proteção marítima da Zona Económica Exclusiva (ZEE), que o Ministério Público diz que serviu de pretexto para a mobilização das dívidas ocultas.
O arguido observou que a primeira vez que ouviu falar do referido projeto foi na comunicação social, quando o escândalo veio a lume, em 2016.
Ndambi Guebuza também disse não ter relação com outros arguidos do caso, à exceção do seu amigo pessoal Bruno Langa.
Voltou a negar que tenha influenciado o seu pai a aprovar o projeto de proteção costeira a favor da empresa de estaleiros navais Privinvest, com sede em Abu Dhabi.
O filho do ex-chefe de Estado moçambicano voltou a refutar hoje ter recebido 33 milhões de dólares (27,9 milhões de euros) de suborno, conforme apontado pelo Ministério Público.
Nas alegações que leu há nove dias, o Ministério Público acusou os 19 arguidos das "dívidas ocultas" de se terem associado em "quadrilha" para delapidarem o Estado moçambicano e deixar o país "numa situação económica difícil".
A conduta dos 19 arguidos, prosseguiu, delapidou o Estado moçambicano em 2,7 mil milhões de dólares (2,28 mil milhões de euros) - valor apontado pelo Ministério Público e superior aos 2,2 milhões de dólares até agora conhecidos no caso - angariados junto de bancos internacionais através de garantias prestadas pelo Governo.
Os empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo da Frelimo, liderado pelo presidente da República à época, Armando Guebuza, sem o conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo.
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