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PR da Guiné-Bissau diz que não é o "Bolsonaro da África"

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que não é o "Bolsonaro da África" ao ser questionado por jornalistas sobre uma visita oficial que faz ao Brasil.

PR da Guiné-Bissau diz que não é o "Bolsonaro da África"
Notícias ao Minuto

17:40 - 26/08/21 por Lusa

Mundo Umaro Sissoco Embaló

"Já me chamaram de [Vladimir] Putin da África, de Kim Jong-un da África. Não gosto de desordem. Isso é do militar. É difícil que civis nos entendam. Civis gostam muito de bagunça, são pessoas que não gostam de regra", afirmou Sissoco Embalo, num hotel em Brasília, aludindo às comparações com os líderes russo e norte-coreano.

Admirador do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pelo facto de ambos serem militares e se ancorarem no discurso político contra a corrupção e a favor da disciplina, o chefe de Estado da Guiné-Bissau está no país sul-americano numa visita que prossegue até sexta-feira.

Sissoco Embaló também rejeitou defender teses negacionistas relativamente à covid-19, citando ações da sua gestão que seriam diferentes das do líder brasileiro, conhecido internacionalmente por minimizar a pandemia.

"Eu aprisionei as pessoas. Prendemos mesmo quem não obedecia, quem não usava máscaras ou organizava festas contra as decisões do Estado", afirmou o líder africano.

"Na Guiné[Bissau], quase toda a população está sendo vacinada. Recebemos várias doações e compramos também", acrescentou.

Em breve declaração após encontrar-se com Jair Bolsonaro na terça-feira, Sissoco Embaló se mostrou mais alinhado ao Presidente brasileiro e justificou sua visita ao Brasil ao afirmar que o país sul-americano "nunca virou as costas" ao país africano, apesar das "crises cíclicas" que atingem a Guiné-Bissau.

"Estou no Brasil a convite do meu amigo Presidente Bolsonaro. O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Guiné-Bissau, proclamada em 1974, e desde essa data que o Brasil nunca deixou de nos apoiar e assistir (...) Quero dizer ao Presidente Bolsonaro que os laços que os nossos países têm são muito fortes", disse Embaló.

"Temos passado por crises cíclicas e o Brasil nunca virou as costas ao povo irmão da Guiné-Bissau e isso é uma grande satisfação. O futuro da cooperação entre a Guiné-Bissau e o Brasil promete uma maior diversificação e um maior aprofundamento das relações entre os povos", acrescentou.

O chefe de Estado argumentou ainda que o país sul-americano "tem tudo o que a Guiné-Bissau precisa neste momento", referindo a modernização da agricultura e da saúde, a título de exemplo.

Umaro Sissoco Embaló aproveitou para reforçar publicamente o convite para que Bolsonaro visite o seu país "em setembro ou outubro, o mais tarde", para poderem "fortificar as relações".

O Presidente guineense, que partilha com o chefe de Estado brasileiro um passado militar, terminará a sua visita de quase uma semana com viagens a São Paulo e ao Rio de Janeiro.

"Na capital paulista, deverá visitar o Museu da Língua Portuguesa e entrevistar-se-á com o governador do estado. No Rio de Janeiro, visitará o comando de operações navais da Marinha do Brasil", indicou o Ministério das Relações Exteriores, em comunicado.

Leia Também: Covid-19: Guiné-Bissau regista 45 novos casos e dois óbitos

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