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Grupo responsável por atentados de Bali planeava novo ataque na Indonésia

A rede islâmica Jemaah Islamiyah (JI), responsável pelos atentados de Bali em 2002, planeava um novo ataque durante as celebrações do Dia da Independência da Indonésia esta semana, disse hoje a polícia indonésia, citando suspeitos detidos.

Grupo responsável por atentados de Bali planeava novo ataque na Indonésia
Notícias ao Minuto

16:29 - 20/08/21 por Lusa

Mundo Indonésia

O esquadrão antiterrorismo indonésio prendeu 53 suspeitos extremistas na semana passada, em várias províncias do país, disseram as autoridades.

"A Jemaah Islamiyah estava a planear um ataque terrorista no Dia da Independência [na terça-feira, 17 de agosto], segundo alguns suspeitos", disse o porta-voz da polícia nacional, Argo Yuwono, em Jacarta, citado pela France-Presse.

O porta-voz não deu pormenores sobre a alegada conspiração, mas disse que a polícia tinha apreendido armas e munições dos suspeitos, que foram inicialmente presos por recolherem fundos para o grupo.

A Jemaah Islamiyah foi quase desmantelada pelas autoridades indonésias após os atentados na zona turística de Kuta, em Bali, em 12 de outubro de 2002.

Trata-se do ataque terrorista mais mortífero na Indonésia, com mais de 200 mortos, incluindo muitos estrangeiros.

Uma das vítimas estrangeiras era um militar português de 20 anos que estava ao serviço das Nações Unidas em Timor-Leste e que tinha ido em gozo de licença à ilha de Bali.

A organização extremista conseguiu reorganizar-se mais tarde, e o seu líder religioso, Abu Bakar Bashir, 83 anos, foi libertado da prisão em janeiro deste ano, depois de cumprir uma pena por ajudar a financiar campos de treino islâmicos na província de Aceh.

"Esta operação tinha como objetivo desmantelar e esgotar a JI", disse à AFP um elemento indonésio da luta antiterrorismo que pediu para não ser identificado, referindo-se à detenção dos 53 suspeitos.

"Retomaram o seu desenvolvimento, recrutando, angariando fundos e reforçando a sua logística e armas", acrescentou.

Ligada à Al-Qaida, a Jemaah Islamiyah criou células em vários países do Sudeste Asiático.

Em março deste ano, o Governo da Indonésia admitiu que o grupo poderá ter cerca de 6.000 militantes e simpatizantes.

Os Estados Unidos colocaram a Jemaah Islamiyah na sua lista de organizações terroristas em 23 de outubro de 2002, de acordo com a CIA, a agência de informações norte-americana.

Dois dias depois, a ONU registou a JI como estando associada à Al-Qaida, a Osama bin Laden ou aos talibãs, por "participar no financiamento, planeamento, facilitação, preparação ou perpetração de atos ou atividades, em conjunto com, em nome, por conta ou em apoio da Al-Qaida".

Segundo a CIA, a Jemaah Islamiyah tem raízes num movimento islâmico que emergiu na Indonésia na década de 1940, para contestar o governo pós-colonial, que considerava demasiado secular.

O objetivo da organização é fundar um califado islâmico no Sudeste Asiático, integrando Indonésia, Malásia, Sul das Filipinas, Singapura e Brunei.

Com mais de 270 milhões de habitantes, a Indonésia é o país com a maior população islâmica do mundo.

Além de Bali, também foram atribuídos à JI um ataque com carro armadilhado de 2003 no Hotel JW Marriott, em Jacarta, e um atentado suicida com carro armadilhado junto à embaixada australiana.

O grupo também enviou 'jihadistas' para combater na Síria e no Iraque, e pode considerar o envio de recrutas para o Afeganistão após a tomada do poder pelos talibãs, disse a fonte da AFP.

Analistas dizem que a vitória dos talibãs poderá dar um impulso a grupos terroristas no Sudeste Asiático.

"A curto prazo, o maior impacto será psicológico e moral", disse à AFP o especialista em segurança Zachary Abuza.

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