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Argélia: Oposição da Cabília quer "inquérito internacional" a incêndios

A oposição independentista da Cabília pediu hoje uma investigação internacional sobre os incêndios mortíferos na Argélia e o linchamento de um jovem falsamente acusado de piromania, negando responsabilidade pelos desastres e vendo neles "a mão" das autoridades argelinas.

Argélia: Oposição da Cabília quer "inquérito internacional" a incêndios
Notícias ao Minuto

15:03 - 18/08/21 por Lusa

Mundo Argélia

"Pedimos um inquérito internacional sobre este jovem que foi imolado (Djamel Ben Ismail) e os incêndios" que devastaram a Cabília, no norte da Argélia, declarou à agência France-Presse Aksel Ameziane, porta-voz da "Anavad" ou "governo provisório cabílio", uma associação fundada pelo Movimento para a Autonomia da Cabília (MAK).

Nascido após a "primavera cabília" em 2001, com sede em Paris, o MAK é uma organização ilegal na Argélia, que a classificou como "terrorista" em maio.

"Escrevemos à ONU, recorremos ao Conselho de Segurança, à União Europeia, à União Africana e temos contactos com a Amnistia Internacional", adiantou Ameziane.

O porta-voz rejeitou as acusações dos dirigentes argelinos de que o MAK está por trás dos incêndios que causaram pelo menos 90 mortos, segundo vários balanços.

"Continuamos a refutar essas alegações. (...) O MAK é uma organização pacífica. Apenas o Estado argelino a considera como terrorista" porque "contesta as ações do regime argelino", disse Ameziane.

Para o porta-voz, os recentes incêndios fazem parte de um plano "bem montado" pelas autoridades argelinas.

"Quando vemos 50 inícios de fogos sincronizados, incêndios que começam nos cumes... São precisos meios para isso", observou.

Segundo as autoridades argelinas, a maioria dos incêndios que atingiram o país teve origem "criminosa", mas ainda não foram apresentadas provas.

Foram detidos 61 suspeitos desde o linchamento no passado dia 11 na Cabília do jovem Djamel, um assassínio que chocou profundamente os argelinos.

Alguns suspeitos confessaram pertencer ao MAK, segundo depoimentos divulgados na terça-feira pelas televisões.

"A história do jovem é completamente fabricada", disse o porta-voz em Paris, argumentando que "era necessário desviar a atenção dos incêndios porque durante dois a três dias a Argélia recusou ajuda internacional".

"Consideramos isso como falta de assistência às pessoas em perigo. Deixou-se morrer as pessoas", assinalou.

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