"Esperemos que as palavras dos talibãs tenham correspondência nos atos"
O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que a posição do Governo português relativamente ao futuro governo talibã é de "esperar para ver". Augusto Santos Silva considera que há "requisitos relacionados com a segurança e com os direitos humanos que têm de ser cumpridos" no Afeganistão.
© Getty Imagens
Mundo Augusto Santos Silva
O governo português está a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos no Afeganistão com expectativa e adota uma posição de "esperar para ver" relativamente ao futuro governo talibã que vai liderar o país, realçou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações prestadas na SIC Notícias.
O ministro abordou a conferência de imprensa dos talibãs desta terça-feira, na qual prometeram um regime menos bruto e afirmaram estar "comprometidos com os direitos das mulheres, sob o sistema da sharia [lei islâmica]".
"Esperemos que as palavras de hoje [terça-feira] dos talibãs tenham correspondência nos atos e que esse governo seja um governo inclusivo, com representantes das diferentes sensibilidades políticas do Afeganistão", assinalou Santos Silva.
Questionado sobre as linhas vermelhas que o governo português traça para poder estabelecer uma relação diplomática com o governo afegão dos talibãs, o ministro dos Negócios Estrangeiros foi esclarecedor.
"A primeira linha vermelha, não apenas para Portugal mas para a comunidade internacional, é que o Afeganistão não pode voltar a ser o santuário do terrorismo internacional, dirigido especificamente e brutalmente contra os cidadãos ocidentais", frisou.
"A segunda linha vermelha são os direitos humanos e das mulheres", acrescentou o governante.
"Se o Afeganistão não quer ser um estado pária, se não quer voltar ao isolamento internacional, se quer ter uma relação com a União Europeia, então há requisitos relacionados com a segurança e com os direitos humanos que têm de ser cumpridos nesse país", enfatizou Augusto Santos Silva.
O ministro sublinhou ainda que "é uma questão de honra" proteger as pessoas que colaboraram com a Aliança Atlântica durante os últimos 20 anos.
"Portugal participará nesse esforço da União Europeia e da NATO", revelou Santos Silva.
Leia Também: Afeganistão. Joe Biden e Boris Johnson realizam cimeira do G7
Seguro de vida: Não está seguro da sua decisão? Transfira o seu seguro de vida e baixe a prestação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com