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Embaixadora da Lituânia abandona China devido a disputa

A embaixadora da Lituânia na China disse hoje que foi convidada pelas autoridades chinesas a deixar o país, face a uma disputa diplomática com Pequim devido à abertura de um escritório de representação de Taiwan em Vílnius.

Embaixadora da Lituânia abandona China devido a disputa
Notícias ao Minuto

11:23 - 12/08/21 por Lusa

Mundo Diplomacia

Em julho passado, as autoridades taiwanesas anunciaram a abertura de uma instituição com o nome "Escritório de Representação de Taiwan" na Lituânia, país membro da União Europeia (UE).

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

No entanto, o Governo chinês geralmente tolera a abertura de escritórios de representação de Taiwan no exterior, com o nome "Escritório de Representação de Taipé", a capital de Taiwan.

O título "Escritório de Representação de Taiwan" sugere legitimidade estatal ao território e é visto por Pequim como uma tentativa de promover a independência de Taiwan.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China anunciou na terça-feira a retirada do seu embaixador na Lituânia e exigiu que Vílnius demita a sua embaixadora na China, Diana Mickeviciene.

"Eu tinha acabado de chegar a Pequim (...) quando fui informada de que me pediram para sair", disse, na quarta-feira, a diplomata, citada pela agência France Presse.

Como qualquer viajante que chega à China, a embaixadora está a cumprir uma quarentena obrigatória de 21 dias.

"Partirei assim que isto terminar", disse.

A Lituânia expressou esta semana "pesar" pela reação chinesa e afirmou que, "embora respeitando o princípio de uma só China", permanece "determinada a desenvolver relações mutuamente benéficas com Taiwan".

A porta-voz da diplomacia chinesa Hua Chunying disse na quarta-feira que "não se pode, por um lado, aderir ao princípio 'uma só China' e, por outro lado, ter relações abertamente oficiais com as autoridades taiwanesas".

"A China tem o direito e o dever de fornecer uma resposta legítima e razoável" a este "sério ataque à sua soberania", reagiu, em comunicado.

Pequim intensificou a pressão militar, económica e diplomática sobre Taiwan desde que a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, de um partido tradicionalmente pró-independência, assumiu o poder, em 2016.

Tsai quer criar uma identidade nacional taiwanesa distinta da China e recusa-se a reconhecer o Consenso Pequim-Taipé de 1992, que afirma o princípio da unidade da ilha e do continente chinês no âmbito do princípio 'uma só China'.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Mantas Adomenas, também anunciou, na semana passada, à imprensa taiwanesa, a abertura, até 2022, em Taipé, de um escritório de representação da Lituânia, cujo nome oficial ainda não foi decidido.

A inauguração contará com a presença de um alto quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia.

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