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China recusa protestos sobre condenações de cidadãos canadianos

A China recusou hoje os protestos do Canadá contra as sentenças proferidas por tribunais chineses a cidadãos canadianos, numa aparente retaliação pela detenção em Vancouver de uma executiva do grupo chinês das telecomunicações Huawei.

China recusa protestos sobre condenações de cidadãos canadianos
Notícias ao Minuto

08:28 - 12/08/21 por Lusa

Mundo China

O Ministério dos Negócios Estrangeiros e a embaixada da China no Canadá acusaram Otava de fazer acusações "injustificadas e infundadas" que constituem uma "interferência grosseira na soberania judicial da China".

"Estas acusações são extremamente irracionais, extremamente absurdas e extremamente arrogantes, pelas quais expressamos a nossa grande indignação e forte condenação", lê-se no comunicado.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, classificou a sentença do empresário Michael Spavor como "absolutamente inaceitável e injusta".

Trudeau apontou a "falta de transparência no processo legal e um julgamento que não satisfez nem mesmo os padrões mínimos exigidos pelo Direito internacional".

"Para Spavor e [o ex diplomata canadiano] Michael Kovrig, que também foi detido arbitrariamente, a nossa principal prioridade continua a ser garantir libertação imediata", afirmou o primeiro-ministro do Canadá.

Spavor e Kovrig foram detidos logo após a prisão de Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, no início de dezembro de 2018, a pedido dos Estados Unidos, onde era acusada de violar as sanções norte-americanas contra o Irão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China negou que Spavor e Kovrig tenham sido detidos arbitrariamente e disse que os seus direitos foram "totalmente protegidos".

A porta-voz do ministério Hua Chunying acusou o Canadá de usar a "diplomacia do megafone" para reunir os seus aliados e pressionar a China.

"O lado chinês exorta o lado canadiano a compreender claramente a situação atual, respeitar sinceramente a soberania judicial da China, parar de aplicar padrões duplos em questões jurídicas e parar de caluniar e atacar a China, a fim de evitar danos adicionais na relação bilateral", lê-se na declaração emitida pela embaixada chinesa.

Spavor foi condenado na quarta-feira a 11 anos de prisão por pôr em perigo a segurança nacional da China. A sentença foi dada por um tribunal em Dandong, perto da fronteira com a Coreia do Norte.

O veredicto divulgou poucos detalhes sobre o caso, para além de revelar que Spavor passou informações confidenciais a Kovrig. Ambos foram mantidos em isolamento e tiveram pouco contacto com diplomatas canadianos.

O Canadá e outros países enfrentam sanções comerciais e outras pressões por parte da China devido a disputas sobre os Direitos Humanos, a origem da covid-19, o estatuto de Hong Kong ou a soberania do Mar do Sul da China.

Os Estados Unidos alertaram que os viajantes norte-americanos enfrentam um "risco elevado de detenção arbitrária" na China.

O país asiático tentou pressionar o governo de Trudeau com restrições às importações de óleo de semente de canola e outros produtos do Canadá.

Diplomatas dos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Austrália, Alemanha e outros países europeus, além da União Europeia, mostraram o seu apoio ao reunirem-se na embaixada do Canadá, em Pequim, na quarta-feira.

Apelaram separadamente para que Spavor e Kovrig recebam julgamentos justos ou sejam libertados.

"A prática de deter arbitrariamente indivíduos para exercer influência sobre governos estrangeiros é completamente inaceitável", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em comunicado.

"As pessoas nunca devem ser usadas como moeda de troca", vincou.

Três canadianos condenados em casos separados por tráfico de droga foram condenados à pena de morte na China em 2019.

Robert Schellenberg, que inicialmente foi punido com 15 anos de prisão, teve a sua sentença abruptamente revista para pena de morte em janeiro de 2019, após Meng ter sido detida.

O seu recurso foi rejeitado na terça-feira e o caso foi enviado para o supremo tribunal da China para revisão obrigatória.

Meng, diretora financeira da Huawei e filha do fundador da empresa, foi detida sob a acusação de mentir à filial em Hong Kong do banco britânico HSBC sobre possíveis negociações com o Irão, numa violação das sanções comerciais.

Os advogados de Meng argumentaram que o caso tem motivação política. O juiz encarregue do seu caso provavelmente decidirá ainda este ano sobre a sua extradição. A decisão pode ser apelada posteriormente.

O Governo da China acredita que a detenção de Meng faz parte dos esforços dos EUA para impedir o desenvolvimento tecnológico da China. A Huawei, fabricante de equipamentos de rede e telemóveis, está no centro da tensão EUA - China sobre a tecnologia e segurança dos sistemas de informação.

Leia Também: China deteta 81 novos casos de Covid-19

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